REVISTA DOS TRIBUNAIS

Dólar tem 3ª sessão de baixa com novo dia de ajustes e exterior favorável

Dólar tem 3ª sessão de baixa com novo dia de ajustes e exterior favorável

diversas notas de dólares

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar à vista emplacou nesta terça-feira a terceira sessão consecutiva de queda ante o real, em mais um dia de ajustes de preços após a disparada das semanas anteriores, em movimento favorecido pela baixa da moeda norte-americana no exterior.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1285 reais na venda, em baixa de 0,80%. Em três dias úteis, a moeda acumulou queda de 2,33%. Em abril, a divisa dos EUA ainda acumula alta de 2,25%.

Às 17h11, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,84%, a 5,1320 reais na venda.

No início da sessão o dólar chegou a oscilar no território positivo, recuperando parte do valor ante o real após ter cedido nas duas sessões anteriores. O movimento estava em sintonia com o avanço da moeda norte-americana também no exterior. Na cotação máxima da sessão, às 10h12, o dólar à vista marcou 5,1903 reais (+0,40%).

A divulgação de números relativamente fracos da economia norte-americana, no entanto, colocou o dólar novamente no território negativo.

A S&P Global informou que seu Índice de Gerentes de Compras (PMI) Composto de produção dos EUA, que acompanha os setores de manufatura e serviços, caiu de 52,1 em março para 50,9 em abril. Uma leitura acima de 50 indica expansão no setor privado.

O setor de manufatura entrou em território de contração, com o PMI preliminar caindo de 51,9 para 49,9. Já o índice de serviços recuou de 51,7 para 50,9 em abril.

Após os números, divulgados às 10h45, os rendimentos dos Treasuries perderam força, assim como o dólar ante boa parte das demais divisas.

“O mercado global já havia precificado a economia norte-americana aquecida, esticando muito a piora do cenário, comprando dólar. Como esticou muito, para (a cotação) continuar subindo têm que surgir surpresas de forma recorrente”, comentou Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.

“Mas hoje os PMIs vieram mais fracos que o esperado”, acrescentou Borsoi, ao justificar a continuidade do movimento de correção de baixa do dólar em relação ao real. “Como os preços de mercado esticaram demais, vemos um alívio.”

Isso fez com que o dólar à vista registrasse a cotação mínima de 5,1185 reais (-0,99%) às 14h48, enquanto no exterior a moeda norte-americana também sustentava perdas firmes ante uma cesta de divisas fortes.

O noticiário doméstico não trouxe impacto negativo para os mercados nesta terça-feira. A arrecadação federal teve alta real de 7,22% em março ante o mesmo mês do ano anterior, para 190,611 bilhões de reais, conforme a Receita Federal, marcando o melhor desempenho da série histórica iniciada em 1995.

Já o texto da regulamentação da reforma tributária já foi aprovado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, agora, está em fase de preparação para envio ao Congresso.

“Após uma semana tensa em torno da revisão da meta fiscal, o cenário político local também se mostra um pouco mais calmo com a aproximação entre governo e Congresso”, pontuou Diego Costa, head de câmbio para o norte e nordeste da B&T Câmbio, em comentário enviado a clientes.

“A expectativa é que o texto da (regulamentação da) reforma (tributária) seja entregue amanhã (quarta-feira), o que pode contribuir para a redução da desconfiança dos investidores sobre o compromisso do governo com as contas públicas”, acrescentou.

No fim da tarde o dólar seguia em baixa firme ante outras moedas no exterior.

Às 17h12, o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– caía 0,40%, a 105,690.

 

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