REVISTA DOS TRIBUNAIS

Estatuto do Idoso: a participação social que chega a todas as gerações

Estatuto do Idoso: a participação social que chega a todas as gerações

Estatuto do Idoso

Instituído em 2003, o Estatuto do Idoso tem por objetivo garantir os direitos e proteger a dignidade das pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, exercendo um papel fundamental na sociedade brasileira, uma vez que reconhece a importância da pessoa idosa e sua contribuição para a sociedade, além de garantir sua proteção contra qualquer forma de violência, negligência ou discriminação.

De acordo com a Constituição Federal de 1988, é dever do Estado assegurar às pessoas idosas, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à profissão, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

São, dentre outras, medidas de proteção instituídas pelo Estatuto:

Proteção contra a violência: veda qualquer forma de violência, negligência ou abuso contra as pessoas idosas, sejam eles físicos, psicológicos, morais ou sexuais.

Direito à saúde: as pessoas idosas têm direito a cuidados de saúde de qualidade, incluindo acesso a tratamentos e medicamentos adequados.

Direito à educação: reconhece o direito das pessoas idosas à educação e incentiva a sua participação em atividades que estimulem sua capacidade cognitiva e física.

Direito à assistência social: as pessoas idosas têm direito à assistência social e a serviços de apoio, tais como ajuda domiciliar, creches para idosos e serviços de saúde em domicílio.

Direito ao trabalho: garante o direito das pessoas idosas ao trabalho e incentiva a sua participação no mercado de trabalho, desde que suas condições de saúde permitam.

A Inserção do idoso no mercado

Atualmente, há um evidente movimento e notável esforço do mercado de trabalho na inserção desse grupo no âmbito profissional. Iniciativas como processos seletivos exclusivos para +60 têm aumentado consideravelmente, desmistificando a preconcepção de que o idoso não têm “fôlego” para novos desafios. Inclusive, um dos motivadores, talvez, pode ser explicado através de recentes pesquisas que demonstram que no âmbito educacional, por exemplo, de acordo com o Censo de Educação Superior de 2019, 27 mil idosos fazem cursos universitários no Brasil.

No período de 2015 a 2019, cresceu em 48% o percentual de idosos em universidades, evidenciando a vontade desse grupo, apesar da idade avançada, de continuar almejando novos desafios e superando as expectativas, buscando acrescentar ainda mais expertise e conhecimento para o seu currículo. Assim, iniciativas como estas citadas acima se tornam primordial para o apoio e estímulo cognitivo desse grupo.

O impacto destes números reflete-se demonstrado nos variados estudos que apontam que a educação para idosos, propiciada pelas universidades e fora dela, contribui diretamente para a manutenção de altos índices de satisfação com a vida e de sentimentos positivos, já que, de acordo com Meire Cachioni, coordenadora do programa USP 60+, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades, “Idosos que estudam relatam uma mudança na imagem social. Eles se valorizam mais”.

Por fim, além de ser dever do Estado  proporcionar proteção e elencar direitos fundamentais para essa faixa etária, é necessário que a sociedade como um todo tenha uma cultura de apoio e incentivo às ideias e vontades dos idosos, com muito respeito e zelo pela história que cada um carrega.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais lidas

Post Relacionado

queimadas florestais no Brasil

Queimadas Florestais: uma análise dos impactos sociais, econômicos e ambientais

As queimadas recentes que ocorrem em grande parte do Brasil têm sido motivo de grande preocupação tanto a nível nacional quanto internacional, visto que contribuem para o desmatamento acelerado, destruindo habitats de inúmeras espécies de plantas e animais. A Amazônia, por exemplo, é um dos ecossistemas mais biodiversos do planeta,

Pior seca já registrada faz rios da Amazônia atingirem baixa histórica

Pior seca já registrada faz rios da Amazônia atingirem baixa histórica

Por Jorge Silva e Leonardo Benassatto TEFÉ, Amazonas (Reuters) – A pior seca já registrada reduziu o nível de água dos rios da bacia amazônica a uma baixa histórica, em alguns casos secando leitos de rios que antes eram vias navegáveis. O Solimões, um dos principais afluentes do poderoso rio

Google comprará créditos de carbono de startup brasileira

Google comprará créditos de carbono de startup brasileira

(Reuters) – O Google concordou pela primeira vez em comprar créditos de carbono baseados em reflorestamento de uma startup brasileira, um movimento que marca seu primeiro envolvimento com projetos desse tipo no país. A unidade da Alphabet vai adquirir 50.000 toneladas de créditos de carbono até 2030 da Mombak, que