REVISTA DOS TRIBUNAIS

Dólar tem leve baixa ante o real com risco fiscal contendo impulso do exterior

Dólar tem leve baixa ante o real com risco fiscal contendo impulso do exterior

Dólar tem leve baixa ante o real com risco fiscal contendo impulso do exterior

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar tinha leve baixa frente ao real nesta sexta-feira, acompanhando a recuperação de divisas emergentes ante a moeda norte-americana, ao fim de uma semana marcada por força do dólar com dados fortes dos Estados Unidos e pessimismo ante a China.

Às 9h46, o dólar à vista caía 0,31%, a 5,6429 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha queda de 0,19%, a 5,649 reais na venda.

Mesmo cedendo parte de ganhos recentes contra a maioria de seus pares, o dólar mantinha-se a caminho de marcar a terceira semana consecutiva em alta, após avançar em sessões marcadas por dados fortes de consumo nos EUA e decepção dos investidores com os planos de estímulo de Pequim.

A moeda norte-americana também foi impulsionada nos últimos dias pelo aumento das apostas na vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos EUA. O republicano tem prometido implementar medidas consideradas inflacionárias por parte de analistas, o que, em teoria, seria positivo para o dólar.

Em ajuda a ativos de maior risco, o banco central da China deu início a dois esquemas de financiamento nesta sexta que inicialmente injetarão até 800 bilhões de iuanes (112,38 bilhões de dólares) no mercado de ações por meio de ferramentas de política monetária recém-criadas.

A autoridade monetária também pediu a implementação rápida de outras medidas financeiras a fim de impulsionar a economia chinesa, que tem enfrentado uma série de obstáculos, incluindo um setor imobiliário em crise e uma demanda interna fraca.

Com o isso, o pessimismo com as perspectivas econômicas da China entre investidores diminuiu um pouco, o que ajudava a estabilizar a queda nos preços de commodities, fornecendo impulso a países exportadores de matérias-primas que são dependentes do mercado chinês.

“Essa atitude do governo chinês acabou contribuindo para a melhora do desempenho das moedas emergentes que até o presente momento quase todas as moedas vêm subindo frente ao dólar”, disse Marcio Riauba, gerente da Mesa de Operações da StoneX Banco de Câmbio.

O dólar recuava frente ao peso mexicano, ao rand sul-africano e ao peso chileno.

Os ganhos de divisas emergentes também recebiam impulso das perdas da moeda norte-americana ante seus pares fortes. O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,23%, a 103,540.

No cenário doméstico, o mercado ainda demonstrava preocupações com a questão fiscal, enquanto aguarda o anúncio de medidas de contenção de gastos, à medida que o Executivo busca caminhos para cumprir as regras do arcabouço fiscal.

A espera pelos desenvolvimentos fiscais gerava maior cautela em investidores nacionais, e o real tinha os menores ganhos ante o dólar entre emergentes nesta sessão.

“Embora o fator externo tenha um peso significativo para as movimentações do câmbio, o tema fiscal segue com grande repercussão, pressionando os juros futuros e ainda permeando as incertezas sobre o quão efetivo serão os cortes de gastos do governo”, afirmou Riauba.

A curva de juros brasileira apresentava nova abertura nesta sexta, com os juros futuros subindo novamente para vários vencimentos em meio às preocupações com as contas públicas.

 

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