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Dólar sobe em linha com exterior em meio à pressão de Fed e eleição dos EUA

Dólar sobe em linha com exterior em meio à pressão de Fed e eleição dos EUA

Dólar sobe em linha com exterior em meio à pressão de Fed e eleição dos EUA

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar subia frente ao real nesta quarta-feira, com a cotação no Brasil acompanhando a força da moeda norte-americana no exterior, à medida que investidores se posicionam para um ciclo de afrouxamento monetário gradual no Federal Reserve e para a eleição presidencial nos Estados Unidos.

Às 9h29, o dólar à vista subia 0,47%, a 5,7237 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,46%, a 5,726 reais na venda.

Nesta manhã, em mais uma sessão de agenda macroeconômica esvaziada no Brasil e no exterior, investidores voltavam suas atenções para eventos políticos e para as perspectivas dos próximos movimentos do Fed, enquanto os preços de commodities também ocupavam o foco em mercados emergentes.

O dólar continuava a se fortalecer amplamente diante da expectativa de que o Fed fará cortes graduais na taxa de juros, uma vez que dados recentes têm mostrado uma economia norte-americana mais forte do que o esperado anteriormente, com destaque para o mercado de trabalho e o consumo.

Juros mais altos no país elevam os rendimentos dos Treasuries, o que torna o dólar mais atrativo para investidores estrangeiros.

Operadores colocam 92% de chance de o banco central dos EUA reduzir os juros em 25 pontos-base em novembro, de acordo com a ferramenta FedWatch, da CME.

Os mercados também se posicionavam diante do aumento das apostas na vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos EUA em 5 de novembro. As promessas do ex-presidente, que incluem tarifas e cortes de impostos, são consideradas inflacionárias por analistas, o que também seria favorável à moeda norte-americana.

“O dia é de aversão ao risco a nível global”, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

“O debate sobre a eleição dos EUA está ficando cada vez mais aquecido. Há muita apreensão sobre o vencedor. Trump tem ganhado espaço nas pesquisas e uma política protecionista e expansionista fortalecem o dólar”, completou.

Faltando menos de duas semanas para o dia da eleição, o republicano fará um comício no Estado da Geórgia nesta quarta, enquanto a candidata democrata e vice-presidente, Kamala Harris, terá um encontro com eleitores indecisos da Pensilvânia, que será televisionado pela CNN.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,43%, a 104,550.

Em países emergentes, o dólar era impulsionado ainda pela queda nos preços de commodities importantes, como o petróleo e o minério de ferro, enquanto os mercados aguardam por novos desenvolvimentos do conflito no Oriente Médio.

Em visita à região, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pressionou nesta quarta pelo fim dos combates entre Israel e os grupos militantes Hamas e Hezbollah, em um último esforço de cessar-fogo antes da eleição norte-americana.

O dólar avançava sobre o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno.

No cenário doméstico, uma série de eventos com autoridades brasileiras em Washington, no âmbito do encontro do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, estarão no radar do mercado.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa de lançamento de plataformas do governo para alavancar investimentos estrangeiros em projetos verdes pela manhã e de jantar com ministros do G20 à noite.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa de evento organizado pelo UBS BB durante a tarde.

 

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