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Dólar recua frente ao real após promessas de mais estímulo na China

Dólar recua frente ao real após promessas de mais estímulo na China

Dólar recua frente ao real após promessas de mais estímulo na China

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar recuava frente ao real nesta quinta-feira, em linha com a fraqueza no exterior, à medida que investidores demonstravam enorme apetite por risco após novas promessas de estímulo econômico na China, maior importador de matérias-primas do planeta.

Às 9h40, o dólar à vista caía 0,95%, a 5,4256 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha queda de 0,95%, a 5,425 reais na venda.

Nesta manhã, investidores globais buscavam ativos de maior risco, tanto nos mercados de câmbio quanto de ações, à medida que a promessa de novas medidas de estímulo na segunda maior economia do mundo elevava a confiança com as perspectivas de diversos países ao redor do globo.

Líderes chineses prometeram nesta quinta-feira implementar “gastos fiscais necessários” para atingir a meta de crescimento econômico deste ano de aproximadamente 5%, uma vez que o país enfrenta uma forte queda no mercado imobiliário e à fragilidade da demanda interna.

O banco central da China já havia divulgado na terça-feira seu mais agressivo afrouxamento monetário desde a pandemia, sinalizando cortes em uma ampla gama de taxas de juros e uma injeção de liquidez de 1 trilhão de iuanes (140 bilhões de dólares) no sistema financeiro, entre outras medidas.

Em efeito semelhante ao observado na terça, agentes financeiros reagiram com otimismo ao novo anúncio, gerando ganhos para ações na Europa e na Ásia, além de impulsionar ativos de mercados emergentes.

Para os emergentes, em particular, o impulso também vinha do crescimento dos preços de commodities importantes, como minério de ferro e cobre, diante da projeção de maior demanda da China, um dos mais importantes parceiros comerciais.

“Um pacote de estímulos econômicos vultoso como o chinês tem melhorado as expectativas de investidores em relação ao desempenho econômico do país o que ajuda a elevar as expectativas de demandas por commodities”, disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

“Mostra que aquele pacote de estímulos monetários divulgados há dois dias faz parte de um conjunto mais amplo de ação e demonstra que as autoridades chinesas estão preocupadas com a perda de ritmo do país”, completou.

Com isso, o dólar recuava frente ao peso chileno, o peso mexicano e o rand sul-africano.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,10%, a 100,840.

No cenário externo, as atenções também se voltavam para novos dados econômicos dos Estados Unidos, com operadores em busca de sinais sobre o estado do mercado de trabalho, a fim de projetar o próximo movimento do Federal Reserve.

O Departamento do Trabalho dos EUA informou que o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego recuou para 218.000 na semana encerrada em 21 de setembro, abaixo da expectativa de economistas consultados pela Reuters, que esperavam um aumento para 225.000, ante 219.000 pedidos revisados para baixo na semana anterior.

Os dados moveram as apostas de um corte de 50 pontos-base pelo Federal Reserve em novembro um pouco para baixo, de 60% para 56%, à medida que não mostraram um enfraquecimento adicional do mercado de trabalho, o que o banco central dos EUA procura evitar com o ciclo de afrouxamento monetário.

Também estará no radar nesta manhã um discurso do chair do Fed, Jerome Powell, em uma conferência em Nova York, além de comentários de outras autoridades da instituição.

No Brasil, o Banco Central melhorou nesta quinta-feira sua projeção de crescimento econômico em 2024 a 3,2%, ante patamar de 2,3% estimado em junho, conforme Relatório Trimestral de Inflação

A nova projeção para este ano se alinha aos cálculos do Ministério da Fazenda, que também prevê expansão de 3,2% para o PIB. Já o mercado, segundo a pesquisa Focus mais recente, estima que a economia crescerá 3,00% em 2024.

(Por Fernando Cardoso)

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