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Europa defende combate às mudanças climáticas, mas não cumpre prazo de emissões

Protesto climático com jovens segurando placas contra uso de combustíveis fósseis e apoiando o clima, movimento ambientalista no centro da cidade.

Por Kate Abnett

BRUXELAS (Reuters) – Ministros do Clima dos países da União Europeia confirmaram nesta quinta-feira que o bloco perderá o prazo global para estabelecer novas metas de corte de emissões devido a divergências entre os governos da UE.

O não cumprimento do prazo pode configurar um golpe para os líderes da UE, que deveriam se juntar a outras potências mundiais nas Nações Unidas na próxima semana para apresentar novas metas na preparação para as negociações climáticas da COP30, em novembro, no Brasil.

A expectativa é que os principais emissores, incluindo a China, cumpram o prazo, e a Austrália anunciou sua meta nesta quinta-feira.

A UE havia planejado chegar a um acordo sobre novas metas climáticas para 2040 e 2035 neste mês. Mas os países — incluindo a Alemanha, a França e a Polônia — exigiram que os líderes governamentais discutissem primeiro a meta de 2040 em uma cúpula em outubro, inviabilizando as negociações sobre os dois objetivos.

Como alternativa, os ministros da UE concordaram, nesta quinta-feira, em enviar uma “declaração de intenções” à ONU, descrevendo qual meta climática a UE espera aprovar.

A declaração, vista pela Reuters, diz que a UE vai tentar chegar a um acordo para reduzir as emissões entre 66,25% e 72,5% até 2035, e apresentar sua meta final antes da COP30.

O comissário climático da UE, Wopke Hoekstra, defendeu o histórico do bloco.

“Se você olhar mais de perto, verá que continuamos a estar entre os absolutamente mais ambiciosos no cenário global”, disse.

A ONU pediu aos países que apresentassem planos climáticos atualizados à sua Assembleia Geral na próxima semana, buscando dar novo fôlego ao ímpeto global para enfrentar as mudanças climáticas.

O impulso, no entanto, levou um golpe do presidente Donald Trump, que reverteu os compromissos climáticos dos Estados Unidos, e dos governos que lutam para equilibrar a proteção ambiental com os desafios econômicos e geopolíticos. Líderes europeus, incluindo Emmanuel Macron, da França, também se deparam com desafios políticos de partidos populistas que se opõem às políticas ambientais.

“A UE sempre tomou essas decisões após grandes debates. Nunca foi um assunto fácil. Devemos tomar cuidado para não dividir ainda mais a UE em relação às políticas climáticas”, disse o secretário de Estado do Clima da Alemanha, Jochen Flasbarth, acrescentando que isso se aplica principalmente às nações mais pobres do Leste Europeu.

Alguns países advertiram que a não finalização da meta climática até a COP30 pode enfraquecer a posição da UE nas conversas, onde quase 200 países negociarão suas próximas medidas para enfrentar o aquecimento global.

“É difícil para nós exigir que os outros, nossos parceiros internacionais, façam o mesmo se nós mesmos não cumprirmos”, disse a ministra finlandesa do Clima, Sari Multala.

Tradicionalmente, a UE tem pressionado por acordos climáticos globais ambiciosos, citando suas próprias políticas — entre as mais ambiciosas do mundo — como prova de querer liderar pelo exemplo.

No entanto, as crescentes preocupações com o custo das medidas climáticas e a pressão para aumentar os gastos com Defesa e o setor industrial provocaram a resistência de alguns Estados membros.

(Reportagem de Kate Abnett; reportagem adicional de Jan Lopatka e Bart Meijer)

 

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