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Dólar recua mais de 1% ante o real com decisão do Copom e na espera de leilões

Notas de dólar americano, destacando a face de George Washington. A imagem reflete a importância da moeda nos mercados financeiros e sua influência na economia global.

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar recuava mais de 1% frente ao real nesta quinta-feira, com o mercado reagindo positivamente à decisão do Copom de elevar na véspera a Selic em 1 ponto percentual e acenar com apertos adicionais à frente, enquanto investidores aguardavam dois leilões de linha a serem realizados pelo Banco Central nesta manhã.

Às 9h50, o dólar à vista caía 1,08%, a 5,8945 reais na venda.

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,87%, a 5,913 reais na venda.

Os investidores estavam concentrados no noticiário doméstico nesta sessão.

O Banco Central acelerou na quarta-feira o ritmo de aperto nos juros ao elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano, e surpreendeu ao prever mais duas altas da mesma magnitude à frente, após citar risco de piora da dinâmica inflacionária a partir do anúncio de medidas fiscais pelo governo.

“Diante de um cenário mais adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões”, afirmou o Copom em comunicado que mostrou que a decisão foi tomada de forma unânime pelo colegiado.

O movimento realizado pelo Copom era esperado pelo mercado de juros futuros, com operadores na véspera precificando 70% de chance de uma alta de 1 ponto na taxa. A sinalização para as duas próximas reuniões, no entanto, pegou os investidores de surpresa.

Além do fato de o BC vir evitando o fornecimento de um “guidance” para seus encontros futuros desde que interrompeu seu ciclo de afrouxamento monetário em junho deste ano, alegando incertezas no cenário econômico, os analistas não previam duas altas da mesma magnitude no próximo ano.

Na última pesquisa Focus, a mediana das projeções de economistas consultados pelo BC indicava altas de 0,75 e 0,5 pontos nas duas primeiras reuniões da autarquia em 2025, além de preverem um aumento de 0,75 ponto para o encontro desta semana.

“A elevação em 1 ponto foi já um posicionamento duro. Mas não satisfeito, o BC contratou mais duas altas de 1 ponto… Foi uma bela sinalização, um gol de placa que contrata uma valorização do real”, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

A elevação da Selic aumenta o diferencial de juros do Brasil com as taxas de países com moedas fortes, como o caso dos Estados Unidos, em que o Federal Reserve está em um ciclo de afrouxamento monetário e deve reduzir os juros na próxima semana.

Nesse cenário o real fica mais atrativo para investidores estrangeiros.

Analistas também apontaram que a decisão do BC concretiza a mensagem das autoridades de que pretendem reancorar as expectativas de inflação, o que fornece credibilidade à instituição e também valoriza a moeda brasileira.

“A decisão foi unânime, o que é importante para manter a credibilidade da política monetária brasileira… O BC está se esforçando bastante para alinhar as expectativas dos investidores justamente para o período em que (Gabriel) Galípolo virará o presidente da autarquia”, disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

Ainda pela manhã, o mercado de câmbio deve ser impactado pela realização de dois leilões de venda de dólares com compromisso de recompra pelo BC, em que ofertará até 2 bilhões de dólares em cada um deles, na primeira intervenção cambial desde o mês anterior.

Na quarta-feira, o dólar à vista encerrou o dia em queda de 1,47%, cotado a 5,959 reais. Esta foi a primeira vez que a moeda norte-americana fechou abaixo de 6,00 reais neste mês.

O real ainda destoava de seus pares emergentes, que, em sua maioria, mostravam variações tímidas ante o dólar.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,08%, a 106,630.

 

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