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Dólar oscila pouco, mas segue acima de R$5,80 com cautela antes de pacote fiscal

Dólar oscila pouco, mas segue acima de R$5,80 com cautela antes de pacote fiscal

Dólar oscila pouco,

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar oscilava pouco frente ao real nesta quarta-feira, mas se mantinha acima de 5,80 reais, com investidores demonstrando cautela enquanto aguardam o anúncio de medidas de contenção de gastos pelo governo, à medida que também se posicionam para uma sessão repleta de dados econômicos no exterior.

Às 9h33, o dólar à vista subia 0,03%, a 5,8116 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,14%, a 5,820 reais na venda.

No mercado nacional, as cotações do dólar tem oscilado em margens estreitas, uma vez que investidores têm optado por esperar pelo anúncio do pacote do governo para tomar posições mais agressivas nas negociações, seja de forma comprada ou vendida na moeda norte-americana.

A demora pela divulgação das medidas, que haviam sido prometidas para depois do segundo turno das eleições municipais, há um mês, tem gerado nervosismo no mercado e pressão sobre os ativos brasileiros, com o dólar frequentemente rondando o patamar de 5,80 reais.

A expectativa, segundo sinalização do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é de que o pacote seja anunciado ainda nesta semana.

Na curva de juros brasileira, as taxas de DI avançavam nesta sessão, em um reflexo dos temores do mercado diante da demora do anúncio das medidas fiscais.

Na terça-feira, dados acima do esperado para o IPCA-15 de novembro consolidaram expectativa de um aperto monetário mais agressivo por parte do Banco Central em sua reunião de dezembro.

A curva precificava nesta manhã 69% de chance de o Copom elevar a Selic em 75 pontos-base, para 12,00% ao ano, em dezembro, acelerando o ritmo de aperto após aumento de 50 pontos no encontro deste mês.

“Realmente a inflação continua sendo uma preocupação e naturalmente é algo relacionado também à percepção de fragilidade fiscal, o que coloca importância e mesmo pressão para que haja um pacote de corte de gastos”, disse Gesner Oliveira, professor da FGV e sócio da GO Associados.

No cenário externo, o dólar devolvia ganhos recentes ante seus pares fortes, mas o foco se voltava para a gama de dados econômicos a serem divulgados durante a manhã, com investidores em buscas de sinais sobre os próximos passos do Federal Reserve nos ajustes da política monetária.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,44%, a 106,370.

Os agentes financeiros analisarão números do PIB do terceiro trimestre e de pedidos iniciais de auxílio-desemprego dos EUA, às 10h30, além da leitura mais recente do índice PCE — o indicador preferido de inflação do Fed –, às 12h.

Operadores estão colocando 63% de chance de um corte de 25 pontos-base na taxa de juros pelo Fed no próximo mês.

Também estavam no radar anúncios do presidente eleito dos EUA, Donald Trump. Ele confirmou na terça-feira a indicação de Jamieson Greer como representante comercial do país, um dia após prometer impor tarifas sobre México, Canadá e China.

Analistas têm ressaltado que as medidas prometidas por Trump, incluindo tarifas e cortes de impostos, tendem a favorecer o dólar devido ao seu potencial inflacionário, o que manteria os juros elevados nos EUA.

 

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