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Taxas curtas dos DIs sobem com fiscal no foco e longas cedem sob impacto de inflação nos EUA

Notar uma nota de 200 reais do Banco Central do Brasil em destaque, cheia de detalhes e cores vibrantes, com outras cédulas ao fundo.

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) – As taxas dos DIs de curto prazo sustentaram altas nesta quarta-feira, em meio às negociações do pacote fiscal do governo Lula em Brasília, enquanto as taxas longas recuaram acompanhando a queda dos rendimentos dos Treasuries, após a inflação abaixo do esperado nos EUA em maio.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 estava em 14,88%, ante o ajuste de 14,84% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2027 marcava 14,21%, em alta de 7 pontos-base ante o ajuste de 14,141%.

Entre os contratos longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,67%, ante 13,723% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,73%, em baixa de 7 pontos-base ante 13,795%.

Pela manhã o Departamento do Trabalho dos EUA informou que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,1% em maio, depois de alta de 0,2% em abril. Em 12 meses até maio, o índice avançou 2,4%, de 2,3% em abril. Os resultados ficaram abaixo das projeções dos economistas consultados pela Reuters, que previam alta de 0,2% na base mensal e de 2,5% na anual.

Mais do que o índice cheio, o núcleo da inflação, que exclui componentes voláteis como alimentos e energia, chamou a atenção do mercado, ao subir 0,1% em maio, após 0,2% em abril.

Em reação aos dados, os rendimentos dos Treasuries despencaram no exterior, o que também pesou sobre as taxas dos DIs mais longos.

“O movimento de fechamento da curva longa se deve principalmente ao movimento que vemos do Treasury de dez anos. Ele cai 5 pontos-base, enquanto o DI para 2033 no Brasil cede perto disso”, comentou no meio da tarde Gustavo Jesus, sócio da RGW Investimentos. “O mercado gostou do CPI, que veio mais baixo que o consenso, e isso se refletiu lá fora e acabou pegando o pré mais longo (no Brasil)”, acrescentou.

Na ponta curta da curva brasileira, no entanto, as taxas se sustentaram em alta, com investidores atentos ao noticiário sobre o pacote fiscal do governo.

No meio da manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, iniciou sua participação em audiência pública da Câmara e, durante as horas em que falou aos deputados, as taxas curtas estiveram em trajetória de alta.

Na audiência, Haddad reforçou que as medidas tributárias propostas pelo governo buscam maior contribuição de pessoas com renda mais alta. Segundo ele, elas são necessárias para que o “ciclo virtuoso” vivido pelo país, com crescimento econômico e geração de empregos, seja sustentável.

A audiência pública foi encerrada antecipadamente no início da tarde, após tumulto entre parlamentares da base governista e da oposição, mas ainda assim as taxas curtas seguiram em alta.

“Tirando a parte do bate-boca, Haddad fala de dados macroeconômicos e da perspectiva de que o PIB vai crescer e a inflação, cair. Ele mostrou todos os dados, que estão corretos, mas tudo isso é o que faz a gente ter uma preocupação fiscal grande, fazendo com que os juros fiquem altos”, disse Fabricio Voigt, economista da Aware Investments.

Na prática, as perspectivas de economia aquecida e de permanência das dificuldades na área fiscal, na visão de Voigt, são fatores que sugerem que o Banco Central pode ter que promover um aumento adicional da Selic, hoje em 14,75% ao ano.

No mercado, as apostas sobre o encontro deste mês do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central estão divididas.

Na terça-feira — atualização mais recente, já sob efeito do IPCA, o índice oficial de inflação, mais favorável de maio — a precificação das opções de Copom negociadas na B3 indicava 50,00% de chances de alta de 25 pontos-base da Selic, contra 48,00% de probabilidade de manutenção.

“Ontem tivemos o IPCA, que foi um número que o mercado gostou. Ele veio melhor do que se esperava… mas ainda estamos longe do que o BC se propõe a ter pelo sistema de metas”, pontuou Gustavo Jesus, da RGW. A meta contínua de inflação perseguida pelo BC é de 3%.

“Então, o mercado está de olho se o movimento do dólar continua. Com o dólar continuando neste movimento forte de queda, talvez o BC não suba 25 (pontos-base)”, opinou.

Nesta quarta-feira, com os dados favoráveis do CPI e o avanço das negociações comerciais entre EUA e China, o dólar voltou a ceder no Brasil.

No exterior, às 16h33, o rendimento do Treasury de dez anos –referência global para decisões de investimento– caía 6 pontos-base, a 4,414%.

 

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