SÃO PAULO (Reuters) – A Polícia Federal anunciou nesta sexta-feira que concluiu inquérito sobre crimes relacionados à atividade de mineração de sal-gema sob o solo de Maceió, o que resultou em 20 indiciamentos.
Em um comunicado sucinto, em que não informa os nomes dos acusados ou torna claro os crimes indicados, a PF não informou nem o nome da empresa investigada.
As atividades de exploração de sal-gema eram executadas pela petroquímica Braskem há décadas sob o solo de Maceió, com o material retirado do subsolo sendo usado pela empresa para a produção de produtos químicos como cloro e PVC em uma instalação próxima de cidade.
Em 2018, moradores de vários bairros da cidade começaram a detectar rachaduras nas ruas e em edifícios, fenômeno que se agravou resultando em um movimento de afundamento do solo da capital alagoana que resultou na remoção de milhares de famílias de áreas de risco.
“Os autos do inquérito foram encaminhados ao Juízo da 2ª Vara Federal de Alagoas para as providências cabíveis. A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o caso também foi informada sobre a conclusão das investigações”, se limitou a dizer a PF em comunicado à imprensa.
Procurada, a Braskem afirmou que não analisou a íntegra do relatório policial. “Desde o início das apurações contribuiu, assim como seus integrantes, com as informações e esclarecimentos ao seu alcance”, afirmou a companhia, acrescentando que “sempre atuou em conformidade com as leis e regulações do setor”.
A empresa, que vem desembolsando bilhões de reais ao longo dos últimos anos em reparações à cidade e sua população, expressou “confiança nos integrantes mencionados no inquérito”.
A PF afirmou que os indiciamentos incluem seis crimes, dos quais três citados na lei de crimes ambientais 9.605/1998.
(Por Alberto Alerigi Jr.)