Por Simon Jessop e Karin Strohecker
LONDRES (Reuters) – O Fundo Monetário Internacional está “muito interessado” em apoiar a Argentina e o país poderia ser um candidato a receber financiamento por meio de seu Fundo de Resiliência e Sustentabilidade (RST, na sigla em inglês), disse a chefe do Fundo, Kristalina Georgieva, na segunda-feira.
Georgieva deverá se encontrar pessoalmente com o presidente eleito da Argentina, Javier Milei, durante sua visita a Washington nesta terça-feira. Isso ocorre após uma primeira reunião virtual entre Milei e o Fundo na sexta-feira, que Georgieva descreveu como um “compromisso muito construtivo, uma discussão muito séria”.
“Vamos ver como será o engajamento, mas é um primeiro passo promissor”, disse Georgieva à Reuters.
“A maneira mais importante pela qual a Argentina pode se ajudar é lidando com os desequilíbrios macroeconômicos que se acumularam. Mas, mais uma vez, estamos muito interessados em apoiar a Argentina, resolver o problema profundo da inflação, criar um ambiente para o crescimento liderado pelo setor privado que possa estimular o emprego e a economia em geral.”
Milei obteve uma vitória eleitoral mais forte do que o esperado e, em 10 de dezembro, deverá assumir o comando da segunda maior economia da América do Sul, que está mergulhada em uma grave crise que fez com que a inflação subisse acima de 140% e as reservas líquidas afundassem para o vermelho.
Georgieva disse que estava interessada em discutir como a Argentina poderia se tornar menos vulnerável aos eventos climáticos.
“Eles têm problemas estruturais muito significativos que o fundo pode ajudá-los a resolver, bem como questões de adaptação muito significativas”, como secas.
Ter um programa em andamento é uma pré-condição para utilizar o RST do FMI, que foi lançado para ajudar países vulneráveis de renda média e países insulares e fornece acesso a empréstimos a juros baixos para cerca de 140 nações.
Não ficou claro como a possibilidade de a Argentina recorrer ao RST seria afetada pelo programa argentino de 44 bilhões de dólares com o FMI –o maior do Fundo– que se considera que saiu dos trilhos e vence em setembro de 2024.