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BC estuda limite de 12 parcelas sem juros no cartão de crédito para baixar custo do rotativo

BC estuda limite de 12 parcelas sem juros no cartão de crédito para baixar custo do rotativo

Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) – O Banco Central colocou em negociação com o setor privado proposta para limitar a 12 o número de parcelas sem juros em compras no cartão de crédito e estabelecer um teto para a tarifa cobrada no uso das “maquininhas”, em uma tentativa de baixar os juros do crédito rotativo, disse à Reuters o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci.

A ideia foi apresentada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em reunião nesta segunda-feira com entidades representantes de instituições financeiras e do comércio, em busca de um acordo entre os setores, segundo Solmucci, que participou do encontro. Procurado, o BC não comentou.

Também foi mencionada a possibilidade de criação de uma tarifa sobre o parcelamento sem juros no cartão de crédito como forma de desincentivar o uso indiscriminado da modalidade. Essa ideia já havia sido citada anteriormente por Campos Neto em evento público.

O Congresso aprovou neste mês uma lei que estabeleceu 90 dias para que o Conselho Monetário Nacional (CMN) defina um limite para os juros do rotativo do cartão. A taxa média cobrada na modalidade está em 445,7% ao ano.

Caso não seja encontrada uma solução no prazo, a lei define que taxa do rotativo não poderá exceder o valor original da dívida, o que representa juros totais de 100%.

Os debates sobre o tema têm gerado atrito entre setores, com bancos alegando que os juros são altos porque o risco de crédito é elevado, enquanto os parcelamentos sem juros oferecidos pelo comércio empurram para as instituições financeiras o ônus da inadimplência. Lojistas, por sua vez, dizem que o parcelado sem juros não é a causa do problema e sustenta o comércio do país, temendo uma ruptura se o mecanismo for alterado.

Pela proposta apresentada por Campos Neto, uma limitação do parcelado sem juros a 12 meses — com possível criação de uma tarifa adicional — seria um caminho para reduzir o risco de inadimplência. A medida poderia afetar setores como os de materiais de construção e eletrodomésticos, que oferecem parcelamentos mais longos sem incidência de juros.

Ao mesmo tempo, pela ideia apresentada, haveria redução de custo das operações com a imposição de um limite para a tarifa de intercâmbio paga aos emissores de cartões de crédito pelos comerciantes que alugam as “maquininhas”. Hoje, essa limitação só existe para cartões de débito e pré-pagos.

Com esse arranjo, haveria espaço para uma redução dos juros do rotativo. Segundo Solmucci, os cálculos e patamares propostos ainda serão fechados pelo BC e devem ser levados a uma nova rodada de negociação em duas semanas.

Caso haja um acordo entre os participantes, a proposta será apresentada ao Ministério da Fazenda, antes de ser levada ao Conselho Monetário Nacional, colegiado que toma decisões a partir dos votos de Campos Neto e dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet.

O presidente da Abrasel disse que o setor aceita conversar sobre o limite de 12 parcelas sem juros no cartão desde que não haja uma redução mais forte desse patamar à frente e sejam definidos critérios claros para avaliar o resultado da mudança.

“Precisamos conhecer os números, conhecer os parâmetros. Vamos nos sentar de novo com os números nas mãos, saber quanto reduziria a tarifa de intercâmbio, quanto seria possível baixar a taxa do rotativo, e se o limite de 12 parcelas sem juros reduziria o risco sistêmico”, disse.

“Se garantir que são 12 parcelas mesmo, acho que pode chegar a um acordo”, acrescentou.

Ao comentar o tema do parcelamento de compras sem juros em setembro, Campos Neto disse que “todo mundo” tem que ceder um pouco para o debate avançar. No mês anterior, ele chegou a indicar que o rotativo poderia ser extinto e o parcelado sem juros alterado, mas depois passou a dizer que a solução para o problema passaria por debates com os diferentes setores e o governo.

 

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