thomson reuters

BLOG | REVISTA DOS TRIBUNAIS

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

UE classifica apenas 4 países como “alto risco” sob lei de desmatamento; Brasil é poupado

Imagem aérea de desmatamento na floresta amazônica, mostrando árvores cortadas e caminhos abertos na região, evidenciando a devastação ambiental.

Por Kate Abnett, Charlotte Van Campenhout e Bart H. Meijer

BRUXELAS, 22 Mai (Reuters) – Mercadorias de apenas quatro países enfrentarão as verificações mais rigorosas de acordo com a lei antidesmatamento da União Europeia, sendo que importantes nações florestais, incluindo Brasil e Indonésia, serão poupadas das regras mais rígidas.

A Comissão Europeia informou em um ato publicado nesta quinta-feira que a lei vai categorizar os produtos importados de Belarus, Mianmar, Coreia do Norte e Rússia como tendo “alto risco” de alimentar o desmatamento.

Países como Brasil e Indonésia, que historicamente têm apresentado as taxas mais altas de desmatamento do mundo, serão rotulados como “risco padrão”, o que significa que eles enfrentarão verificações de conformidade mais leves nos produtos exportados para a Europa.

A lei, pioneira no mundo, imporá requisitos de due diligence a empresas que comercializam produtos como soja, carne bovina, óleo de palma, madeira, cacau, café e chocolate no mercado da UE. A medida tem sido veementemente contestada por países como Brasil e Indonésia, que a consideram custosa.

Uma diferença fundamental entre os grupos é que os países da UE serão obrigados a realizar verificações de conformidade abrangendo 9% das empresas que exportam de países de alto risco, 3% de países de risco padrão e 1% de países de baixo risco.

Os Estados Unidos estão entre os países rotulados como de “baixo risco”, o que significa que suas empresas ainda precisam coletar informações sobre suas cadeias logísticas, mas não avaliar e abordar os riscos de desmatamento.

As empresas de países de alto risco e de risco padrão precisarão mostrar quando e onde as commodities foram produzidas e fornecer informações “verificáveis” de que não foram cultivadas em terras desmatadas após 2020.

Ativistas criticaram a decisão da UE de impor os controles mais rigorosos a apenas quatro nações, mas disseram que mesmo os países de menor risco terão que cumprir algumas obrigações de due diligence, embora mais simples.

“Na prática, isso não deve minar o poder dessa lei para salvar as florestas”, disse Giulia Bondi, ativista do grupo sem fins lucrativos Global Witness.

A Rainforest Foundation Norway (RFN) foi menos otimista e pediu que a UE reforce os controles.

“É simplesmente inacreditável que o Brasil, responsável por 42% da perda de florestas tropicais em 2024, mais do que o dobro desde o ano anterior, não seja classificado como de alto risco”, afirmou o diretor da RFN Toerris Jaeger, citando um relatório recente da Global Forest Watch.

A Comissão disse que classificou os países com base em evidências e dados científicos.

A lei da UE será aplicada a partir do final de 2025 para grandes empresas e a partir de junho de 2026 para pequenas empresas. O não cumprimento poderá resultar em multas de até 4% do faturamento de uma empresa em um país da UE.

(Reportagem adicional de Oliver Griffin em São Paulo)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais lidas

Post Relacionado

Sessão na Assembleia Geral das Nações Unidas com diplomatas e representantes discutindo temas importantes do Brasil e do mundo, ambiente formal e reunião internacional.

Comissão do Senado aprova retirada de gastos com tarifaço do teto de gastos

BRASÍLIA (Reuters) – A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) aprovou nesta terça-feira projeto de lei complementar autorizando que despesas e renúncias fiscais destinadas pelo governo a empresas impactadas pelo tarifaço dos Estados Unidos fiquem de fora da meta de resultado primário e dos limites de despesa previstos no

Imagem da sessão do plenário do Congresso Nacional do Brasil com deputados e senadores reunidos, painéis de votação digitais e ambiente formal.

Câmara aprova em 2º turno texto-base da PEC da Blindagem

(Reuters) – A Câmara dos Deputados aprovou na noite de terça-feira, em segundo turno, o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê autorização da Câmara ou do Senado para o Supremo Tribunal Federal (STF) processar deputado ou senador, informou a Agência Câmara de Notícias. Chamada tanto de

REVISTA DOS TRIBUNAIS
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.