Por Richard Cowan e Andy Sullivan e Nolan D. McCaskill
WASHINGTON (Reuters) – O Senado dos Estados Unidos aprovou na segunda-feira um acordo que encerrará a mais longa paralisação do governo na história dos EUA, rompendo um impasse de semanas que interrompeu os benefícios alimentares para milhões de pessoas, deixou centenas de milhares de funcionários federais sem remuneração e prejudicou o tráfego aéreo.
A votação de 60 a 40 ocorreu com o apoio de quase todos os republicanos e oito democratas, que tentaram, sem sucesso, vincular o financiamento do governo aos subsídios de saúde que devem expirar no final do ano. Embora o acordo estabeleça uma votação em dezembro sobre esses subsídios, que beneficiam 24 milhões de norte-americanos, ele não garante que eles continuarão.
O acordo vai restaurar o financiamento de agências federais que os parlamentares permitiram que expirasse em 1º de outubro e paralisar a campanha do presidente Donald Trump para reduzir a força de trabalho federal, impedindo qualquer demissão até 30 de janeiro.
A proposta segue para a Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos, onde o presidente da Casa, Mike Johnson, disse que gostaria de aprová-la já na quarta-feira e enviá-la para Trump sancionar. Trump chamou o acordo para reabrir o governo de “muito bom”.
O acordo estenderá o financiamento até 30 de janeiro, deixando o governo federal, por enquanto, em um caminho para continuar adicionando cerca de US$1,8 trilhão por ano à sua dívida de US$38 trilhões.
Uma semana depois que os democratas venceram eleições em Nova Jersey e na Virgínia e elegeram um socialista democrata como próximo prefeito da cidade de Nova York, o acordo provocou a ira de muitos democratas, que observaram que não há garantia de que o Senado ou a Câmara concordariam em prorrogar os subsídios para os planos de saúde.
“Gostaríamos de poder fazer mais”, disse o senador Dick Durbin, de Illinois, o segundo democrata da Casa. “O fechamento do governo parecia ser uma oportunidade para nos levar a uma política melhor. Não funcionou.”
Uma pesquisa Reuters/Ipsos do final de outubro revelou que 50% dos norte-americanos culpavam os republicanos pela paralisação, enquanto 43% culpavam os democratas.




