Por Gabriella Borter e Doina Chiacu
WASHINGTON (Reuters) – A presidente da Harvard, Claudine Gay, afirmou que renunciará nesta terça-feira, deixando cargo abalado já nos primeiros meses por um depoimento ao Congresso sobre antissemitismo no campus e acusações de plágio.
A presidente da universidade foi pressionada a renunciar pela comunidade judaica de Harvard e alguns parlamentares após comentários proferidos uma audiência em 5 de dezembro, no Congresso. Ela também sofreu acusações de plágio em seu trabalho acadêmico nos últimos meses.
Gay disse em uma carta à comunidade de Harvard que não há palavras para descrever o quanto foi difícil tomar a decisão de renunciar.
Gay, a ex-presidente da Universidade da Pensilvânia, Liz Magill, e a presidente do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, Sally Kornbluth, prestaram depoimento em um comitê da Câmara dos Estados Unidos em 5 de dezembro sobre o aumento do antissemitismo em campi universitários após o início da guerra entre Israel e o Hamas em outubro.
O trio se recusou a responder definitivamente “sim” ou “não” à parlamentar republicana Elise Stefanik, que perguntava se pedidos de genocídio de judeus violariam os códigos de conduta das faculdades sobre bullying e assédio, dizendo que eles precisariam ser equilibrados com as garantias de liberdade de expressão.
Apesar das controvérsias em torno de Gay, a Harvard Corporation reafirmou no mês passado sua confiança de que ela poderia liderar a universidade durante um período de altas tensões diante da guerra no Oriente Médio. Também informou que uma análise independente do trabalho acadêmico de Gay concluiu que ela não cometeu irregularidades. Ela enviou várias correções por erros de citação nas últimas semanas.
(Reportagem de Gabriella Borter e Doina Chiacu em Washington; Reportagem adicional de Svea Herbst em Providence, Rhode Island)