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PIB e Economia do Brasil retoma crescimento no 1º tri com impulso de consumo das famílias, investimentos e serviços

Imagem de pessoas escolhendo produtos no corredor de um supermercado

Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) – O Brasil retomou o crescimento no início de 2024 com expansão de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre sobre os três meses anteriores, em um resultado impulsionado pelo consumo das famílias, pelos investimentos e, do lado da produção, pelos serviços.

O resultado do PIB no primeiro trimestre divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) representa uma recuperação depois de queda de 0,1% no quarto trimestre, em dado revisado de uma estagnação informada antes.

Também ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters, de um avanço de 0,8%.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, o PIB teve avanço de 2,5%, contra expectativa de alta de 2,2% nessa base de comparação.

A atividade econômica no Brasil mostrou tração neste início de ano diante de um ambiente que favorece o consumo das famílias com o mercado de trabalho aquecido, o aumento da renda e a inflação sob controle. Analistas consideram ainda que o pagamento de precatórios no primeiro trimestre ajudou a impulsionar o crescimento.

“A economia brasileira hoje está no patamar mais alto da série, isso vale para o PIB e para os serviços, que é quem mais pesa. Porém, a indústria está no patamar de 2013”, disse a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

Os dados do PIB mostram que no primeiro trimestre os Serviços –setor que responde por cerca de 70% da economia do país– avançaram 1,4%, mostrando forte aceleração ante os resultados de 2023. O desempenho contou com as contribuições do Comércio (3,0%), de Informação e comunicação (2,1%) e de Outras atividades de serviços (1,6%).

Para Palis, destacaram-se “o comércio varejista e os serviços pessoais, ligados ao crescimento do consumo das famílias, a atividade internet e o desenvolvimento de sistemas, devido ao aumento dos investimentos, e os serviços profissionais, que transpassam à economia como um todo”.

Ainda do lado da produção, a Agropecuária teve crescimento de 11,3% depois de três trimestres seguidos de perdas.

“A agropecuária está num nível elevado, mas o patamar mais alto foi em 2023, quando a safra foi recorde da série”, disse Palis.

Por outro lado, a Indústria teve contração de 0,1% entre janeiro e março, marcando uma forte perda de força depois da expansão de 1,2% no quarto trimestre e patinando 7,2% abaixo do pico, visto no terceiro trimestre de 2013.

CONSUMO

Do lado das despesas, o consumo das famílias apresentou crescimento de 1,5%, ritmo mais forte desde o segundo trimestre de 2022. Já as despesas do governo ficaram estagnadas.

No que se refere ao setor externo, as exportações de bens e serviços tiveram desempenho positivo de 0,2%, enquanto as importações cresceram 6,5%.

A Formação Bruta de Capital Fixo, uma medida de investimento, teve alta de 4,1% no primeiro trimestre, também mostrando forte recuperação após crescimento de apenas 0,5% no período anterior, alavancada pelo aumento na importação de bens de capital, no desenvolvimento de software e na construção. No entanto, segue 15,1% abaixo do pico registrado no segundo trimestre de 2013.

“Depois de dois anos, as importações cresceram mais que as exportações e o setor externo puxou a economia para baixo. Com isso, a demanda interna foi o que puxou a economia, com destaque para investimentos e consumo das famílias”, explicou Palis.

Olhando à frente, o afrouxamento monetário já promovido pelo Banco Central — com a Selic atualmente em 10,5% — também deve ajudar a sustentar a economia este ano, favorecendo as condições de crédito ainda que a taxa básica siga em patamar considerado restritivo.

No entanto, pairam algumas dúvidas em relação ao ritmo dos cortes de juros, com especialistas passando a ver menos reduções à frente. O BC vem mostrando preocupação com possível pressão de salários sobre os preços e com a desancoragem das expectativas de inflação, além de destacar incertezas externas e domésticas.

O desempenho da atividade no segundo trimestre também deve refletir os desdobramentos econômicos da tragédia provocada pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul, para além dos impactos humanitários.

O Ministério da Fazenda ressaltou nesta terça-feira que existem incertezas sobre a estimativa de crescimento do Brasil em 2024, citando efeitos do desastre no Rio Grande do Sul.

O Ministério da Fazenda avaliou recentemente que o PIB do Rio Grande do Sul, com peso aproximado de 6,5% no PIB brasileiro, deverá registrar perdas principalmente no segundo trimestre, parcialmente compensadas ao longo dos trimestres posteriores.

Em meados de maio, o Ministério da Fazenda melhorou de 2,2% para 2,5% sua projeção para o crescimento econômico do Brasil em 2024. Já o Banco Central prevê crescimento econômico em 2024 de 1,9%, dado que pode ser revisado no Relatório de Inflação a ser divulgado no fim do mês.

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