Por Amanda Cooper
LONDRES (Reuters) – Operadores de câmbio buscavam se proteger contra grandes movimentos de preços que podem se seguir aos resultados da eleição presidencial dos Estados Unidos, levando a volatilidade implícita do euro e do peso mexicano ao nível mais alto desde o pleito de 2016.
O euro e o peso mexicano são vistos como os mais sensíveis ao resultado da eleição, que há semanas está acirrada entre a vice-presidente democrata, Kamala Harris, e o ex-presidente republicano Donald Trump.
Kamala e Trump permanecem praticamente empatados nas pesquisas de opinião e o vencedor pode não ser conhecido por dias após o término da votação.
Analistas acreditam que as promessas de Trump sobre imigração, cortes de impostos e tarifas pressionariam a inflação para cima e elevariam os rendimentos dos Treasuries e o dólar, enquanto Kamala é considerada como a candidata da continuidade.
A volatilidade implícita do euro, que reflete a demanda por proteção contra movimentos de preços de curto prazo, subiu para 26,4%, a maior desde 9 de novembro de 2016, um dia após a eleição dos EUA naquele ano, quando Trump venceu, contrariando as pesquisas.
A volatilidade do peso mexicano subiu para mais de 87%, a maior desde o dia da votação de 2016, em 8 de novembro.
“A eleição de hoje está mais apertada do que um cara ou coroa, destacando a incerteza em torno do resultado”, disseram estrategistas da Monex Europe em uma nota diária.
“Esse fato provavelmente manterá a movimentação de preços do mercado leve hoje, com operadores aguardando os resultados nas primeiras horas da madrugada.”
Olhando para o futuro, operadores de câmbio também não estão prevendo um grande arrefecimento na volatilidade nas próximas semanas.
A volatilidade implícita de uma semana para o euro atingiu 13,06%, seu maior valor desde março de 2023, quando o colapso do Credit Suisse abalou os mercados. A volatilidade de um mês também está em torno do maior nível desde março do ano passado.
A volatilidade do peso em uma semana está em 44%, a maior desde a crise da Covid-19 em março de 2020, e quase quatro vezes maior do que na época da eleição de 2020 nos EUA.