Por Stefanie Eschenbacher e Adriana Barrera
CIDADE DO MÉXICO (Reuters) – O governo mexicano ordenou nesta sexta-feira que a empresa estatal de energia Pemex assuma temporariamente o controle de uma usina de hidrogênio dentro de uma de suas maiores refinarias, que era operada pela empresa francesa Air Liquide.
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, que assinou um decreto que declarava o fornecimento de hidrogênio da central “uma questão de interesse público”, tem reforçado o controle estatal sobre o mercado de energia desde que assumiu o poder em dezembro de 2018.
Citando a Constituição mexicana, o decreto estabelecia que a fábrica de hidrogênio, operada pela Air Liquide, deveria ser ocupada “imediatamente” pela TRI, braço de refino da Pemex.
O decreto dizia que o México depende de terceiros para o fornecimento de hidrogênio, o que “colocava em risco a produção de gasolina e diesel”, e acrescentava que isso não era economicamente viável para a Pemex.
Não especificou quanto tempo duraria a ocupação.
Air Liquide e Pemex não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
A TRI precisa compensar a empresa francesa, afirma o decreto, embora não especifique como.
Sob o governo do ex-presidente Enrique Pena Nieto, a TRI assinou um acordo com a Air Liquide em 2017 para fornecer hidrogênio durante 20 anos, em busca de reduzir os custos para a estatal. A Pemex precisa de hidrogênio para operar suas refinarias.
O acordo estipula que a Air Liquide operará a planta existente dentro da refinaria, uma das maiores do México, e investirá em uma segunda planta para fornecer o hidrogênio total necessário para os projetos de expansão em Tula.
(Reportagem de Stefanie Eschenbacher e Adriana Barrera; Reportagem adicional de Sarah Morland)