thomson reuters

BLOG | REVISTA DOS TRIBUNAIS

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Mendonça rejeita remoção ampla de perfis de redes sociais em voto pró-big techs no STF

Homem de terno e óculos falando ao microfone em uma entrevista ou reunião, imagem otimizada para a palavra-chave.

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça votou nesta quinta-feira a favor dos interesses das big techs e rejeitou obrigar as plataformas a removerem perfis de redes sociais a partir de uma moderação de conteúdo feita internamente pelas próprias empresas.

Para Mendonça, a retirada de conteúdo por essas empresas deve ocorrer apenas com ordem judicial, e só não ocorreria dessa forma se houver expressa determinação legal ou se estiver previsto nos termos e condições de uso das plataformas.

Nesse último caso, a plataforma que remover o conteúdo sem autorização judicial terá de garantir ao usuário, por exemplo, a possibilidade de acesso às motivações da decisão que gerou a exclusão, que isso deve ocorrer preferencialmente por humanos e que se permita recorrer dessa decisão de moderação, de acordo com o voto do ministro.

O longo voto de Mendonça foi apresentado ao longo de dois dias no julgamento que questiona pontos da legislação referente ao Marco Civil da Internet, tema que tem gerado polêmica nos Três Poderes. O magistrado votou a favor da plena constitucionalidade do marco. O julgamento foi suspenso ao final da sessão pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e a continuidade na próxima semana vai depender da pauta que será divulgada.

No seu voto, Mendonça defendeu uma “postura autocontida” do Poder Judiciário no caso, destacando que o fenômeno das “fake news” tem íntima conexão com processos de crise institucional e democrática atualmente vivenciados. Para ele, a discussão sobre exclusão de conteúdo deveria ser feita pelo Legislativo.

“Com todas as vênias aos que possuem compreensão em sentido diverso, penso que, ao assumir maior protagonismo em questões que deveriam ser objeto de deliberação pelo Congresso Nacional, o Poder Judiciário acaba contribuindo, ainda que não intencionalmente, para a agudização da sensação de desconfiança hoje verificada em parcela significativa da sociedade. É preciso quebrar esse ciclo vicioso”, afirmou.

A posição do magistrado, que foi indicado ao STF em 2021 por Jair Bolsonaro, é um aceno aos aliados do ex-presidente, que são favoráveis a uma ampla liberdade de atuação das plataformas.

Além do voto de Mendonça, o julgamento já tem duas correntes principais.

Os ministros Dias Toffoli e Luiz Fux se posicionaram a favor, com argumentos diferentes, da obrigação de remoção de conteúdos pelas redes sem necessidade prévia de ordem judicial e eventual responsabilização das plataformas por divulgarem conteúdo ilícito nas redes.

Por sua vez, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, deu uma espécie de voto médio e defende a necessidade de uma decisão judicial em determinados casos.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais lidas

Post Relacionado

eventos revista dos tribunais

Eventos – Novembro de 2025

A Editora Revista dos Tribunais marcará presença nos principais eventos jurídicos do Brasil em novembro! Por que participar dos eventos? Ao visitar nossos estandes, você terá a oportunidade de: Conhecer em primeira mão os lançamentos da Editora; Conversar com autores e juristas de destaque; Adquirir livros diretamente no local; Participar

Homem idoso sorridente usando roupa vermelha, fazendo sinal de positivo com as mãos, ao lado de árvore grande em ambiente natural

Lula diz que fundos climáticos não estão à altura do desafio ao lançar TFFF

BELÉM (Reuters) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, em Belém, onde participa de cúpula de chefes de Estado antes da conferência climática das Nações Unidas COP30, que os fundos verdes e climáticos existentes não estão à altura dos desafios impostos pelas mudanças climáticas. O presidente

Público assiste a conferência no evento COP30 Brasil, na Amazônia, durante o Climate Summit com foco em mudanças climáticas e sustentabilidade.

Diplomatas temem que, mesmo ausentes, EUA tentem influenciar COP30

Por Kate Abnett e Valerie Volcovici e Johan Ahlander BRUXELAS/BELÉM (Reuters) – Os governos que estão indo para a cúpula climática das Nações Unidas COP30 no Brasil estão se preparando para a possibilidade de o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tentar interromper as negociações no evento —

REVISTA DOS TRIBUNAIS
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.