(Reuters) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discutiu nesta segunda-feira com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, a respeito das eleições previstas para o ano que vem no país vizinho, e os dois líderes também trataram de propostas para a retomada do pagamento da dívida bilateral da Venezuela com o Brasil, informou o Palácio do Planalto.
Lula pediu informações sobre o processo de negociação entre governo e oposição na Venezuela e as tratativas entre Caracas e os Estados Unidos com o objetivo de levantar sanções norte-americanas sobre o setor de petróleo venezuelano.
“O presidente brasileiro solicitou informações sobre o processo de negociação entre o governo e a oposição, bem como as tratativas em curso entre Caracas e Washington com vistas ao levantamento das sanções contra a Venezuela, que atingem a economia e a população civil do país”, disse o Planalto em nota sobre o telefonema de 30 minutos entre os mandatários.
Tanto o governo venezuelano como a oposição do país disseram nesta segunda-feira que voltarão às negociações políticas, enquanto fontes afirmaram que os EUA chegaram a um acordo preliminar para aliviar as sanções sobre a Venezuela se Maduro cumprir compromissos relacionados à eleição de 2024.
Espera-se que os representantes de Maduro e a oposição assinem um acordo eleitoral nesta semana, e os Estados Unidos rapidamente seguiriam isso com autorizações relacionadas ao setor de petróleo da Venezuela, de acordo com duas pessoas em Washington familiarizadas com o assunto, falando sob condição de anonimato.
Na conversa por telefone, Lula e Maduro também concordaram com a aceleração de um acordo de cooperação e investimentos entre os dois países e discutiram “medidas para facilitar o comércio na fronteira entre os dois países”.
O presidente venezuelano indicou que “encaminhará nos próximos dias uma sugestão para o tratamento das cargas brasileiras retidas na fronteira”, segundo o Planalto.
Eles também conversaram sobre a volta da exportação de energia elétrica venezuelana, que historicamente contribuiu para a estabilidade energética do Estado de Roraima.