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Juíza dos EUA diz que Trump Media e Rumble não precisam cumprir ordem de Alexandre de Moraes que consideram censura

Imagem de um homem segurando uma xícara de café, com expressão pensativa, em ambiente formal de tribunal.

Por Jonathan Stempel

(Reuters) – Uma juíza federal dos EUA decidiu, por enquanto, a favor da empresa de mídia do presidente Donald Trump nesta terça-feira, em uma disputa que considera se o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes está ilegalmente censurando vozes de direita nas redes sociais dos EUA.

Em um caso movido pelo Trump Media & Technology Group e pela plataforma de compartilhamento de vídeos Rumble < RUM.O>, a juíza Mary Scriven disse que a Rumble não precisa remover contas sediadas nos EUA de um famoso apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O Trump Media e a Rumble processaram o ministro Alexandre de Moraes em 19 de fevereiro, acusando-o de tentar “censurar discursos políticos legítimos nos Estados Unidos”, protegidos pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA, ao ordenar a retirada das contas.

Scriven, no entanto, disse que a ordem de Moraes ainda não havia sido imposta e não foi notificada ao Trump Media e à Rumble de acordo com tratados internacionais.

Por isso, a juíza de Tampa, na Flórida, afirmou que o Trump Media e a Rumble não são obrigados a cumprir a ordem de Moraes, o que torna o processo e a solicitação por uma ordem de restrição temporária prematuros.

Em uma nota, a Rumble classificou a decisão de “uma vitória completa para a liberdade de expressão” que “envia uma mensagem forte aos governos estrangeiros de que eles não podem contornar a lei dos EUA para impor censura em plataformas americanas”.

O Trump Media e seus respectivos advogados não responderam aos pedidos por comentários em um primeiro momento. A Suprema Corte do Brasil não respondeu a um pedido similar em um primeiro momento.

Mas a Advocacia-Geral da União (AGU) informou que, a pedido do Supremo, já iniciou as tratativas para atuação jurídica no caso.

“A defesa deverá ser realizada em parceria com escritório internacional com competência para atuar na Justiça norte-americana, como previsto na legislação brasileira que disciplina a representação judicial no exterior”, disse a AGU em nota.

Moraes ordenou que a Rumble bloqueasse contas de Allan dos Santos, um influenciador digital próximo de Bolsonaro.

Dos Santos vive nos Estados Unidos e é considerado foragido no Brasil, onde é alvo de mandado de prisão relacionado a investigações sobre a disseminação de desinformações e ódio.

O Trump Media e a Rumble abriram o processo horas depois de a Procuradoria-Geral da União (PGR) apresentar denúncia no STF contra Bolsonaro, um aliado de Trump, por tentativa de golpe de Estado depois da sua derrota eleitoral em 2022.

O republicano Trump também foi indiciado por acusações de tentar reverter sua própria derrota nas eleições presidenciais de 2020 para o democrata Joe Biden. Esse caso foi arquivado.

Em 21 de fevereiro, Moraes suspendeu a Rumble, citando que não havia cumprido ordens judiciais e que a empresa não tem representante legal no país, como requer a legislação brasileira.

A suspensão da Rumble foi parecida a outra, já revogada, contra o X, de Elon Musk, no ano passado.

Moraes tem liderado uma cruzada contra o que considera ataques à democracia e uso político de desinformação, atraindo a ira de apoiadores de Bolsonaro e de Musk.

Trump é dono de 53% do Trump Media, que administra sua plataforma de rede sociais, a Truth Social.

Sua participação está em um fundo supervisionado pelo seu filho, Donald Trump Jr. O vice-presidente dos EUA, JD Vance, investiu na Rumble em 2021.

Scriven foi indicada ao cargo de juíza federal pelo ex-presidente norte-americano republicano George W. Bush, em 2008.

(Reportagem de Jonathan Stempel em Nova York; reportagem adicional de Ricardo Brito em Brasília e André Romani Pinto em São Paulo)

 

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