thomson reuters

BLOG | REVISTA DOS TRIBUNAIS

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Juiz dos EUA considera medidas mais brandas contra o Google em caso antitruste de buscas

Logotipo do Google com cores vibrantes em destaque, representando a marca líder em tecnologia e buscas online.

Por Jody Godoy

WASHINGTON (Reuters) – Um juiz federal em Washington sugeriu nesta sexta-feira que está considerando fazer o Google, da Alphabet, tomar medidas menos agressivas, para restaurar a concorrência nas pesquisas online, do que o regime de dez anos proposto pelas autoridades antitruste.

O juiz distrital Amit Mehta ouviu os argumentos finais nesta sexta-feira, em um julgamento sobre propostas para abordar o monopólio ilegal do Google em buscas online e publicidade relacionada.

“Dez anos pode parecer um período curto, mas, nesse espaço, muita coisa pode mudar em semanas”, afirmou, citando acontecimentos recentes, como a compra de uma startup de dispositivos pela OpenAI, fabricante do ChatGPT.

O Departamento de Justiça e uma coalizão de estados querem que o Google compartilhe dados de pesquisa.

Além disso, querem que o Google cesse pagamentos multibilionários à Apple e a outros fabricantes de smartphones para ser o mecanismo de busca padrão em novos dispositivos dessas empresas.

Na audiência, o juiz levantou a possibilidade de limitar o compartilhamento de dados pelo Google e encerrar os pagamentos somente se outras medidas não aumentarem a concorrência. Ele também se debruçou sobre o surgimento de produtos de inteligência artificial que poderiam substituir os mecanismos de busca tradicionais.

É improvável que um mecanismo de busca padrão alternativo no navegador Safari, da Apple, venha de mecanismos de busca rivais existentes, como DuckDuckGo ou Bing, disse o juiz.

“Se alguma coisa acontecer, será uma dessas empresas de IA que podem fazer mais do que apenas pesquisar. E por quê? Porque talvez as pessoas não queiram mais dez links azuis”, disse ele, referindo-se às versões anteriores do mecanismo de busca do Google.

O caso já abalou o preço das ações do Google ao expor os planos da Apple de oferecer opções de busca baseadas em IA.

O julgamento começou em abril, e Mehta disse que pretende decidir até agosto.

“RIVAIS” DA IA?

As autoridades antitruste estão preocupadas com a forma como o monopólio de pesquisa do Google lhe dá uma vantagem em produtos de IA como o Gemini.

Nick Turley, chefe de produto da OpenAI para o ChatGPT, declarou que a empresa está a anos de distância de seu objetivo de usar sua própria tecnologia de busca para responder a 80% das consultas. Segundo ele, ter acesso aos dados de busca do Google ajudaria a empresa a se concentrar na melhoria do ChatGPT.

Turley também afirmou que a OpenAI estaria interessada em comprar o Chrome, caso o Google seja forçado a vender o navegador de internet.

Mas Mehta questionou se empresas como OpenAI ou Perplexity deveriam ser consideradas concorrentes que teriam acesso a quaisquer dados que o Google fosse obrigado a compartilhar, já que o caso se concentrava na disputa em mecanismos de busca.

“Parece-me que agora você quer trazer essa outra tecnologia para a definição de mercados gerais de mecanismos de busca, mas não tenho certeza se ela se encaixa”, disse o juiz ao advogado do Departamento de Justiça, Adam Severt.

Severt respondeu que, embora a primeira parte do caso se concentre no passado, as soluções devem ser voltadas para o futuro.

John Schmidtlein, advogado do Google, disse na audiência que, embora a IA generativa esteja influenciando a aparência da pesquisa, o Google abordou quaisquer preocupações sobre a concorrência na IA ao não mais firmar acordos exclusivos com operadoras de telefonia móvel e fabricantes de smartphones, incluindo a Samsung Electronics, deixando-os livres para carregar aplicativos de pesquisa e IA rivais em novos dispositivos.

Schmidtlein argumentou que seria inapropriado dar a empresas de IA bem-sucedidas, como a OpenAI, tecnologia que o Google passou 20 anos aperfeiçoando.

“Ir até o Google e pedir ajuda quando ele é o líder de mercado parece completamente desproporcional ao que este caso envolve”, defendeu.

(Reportagem de Jody Godoy em Washington)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais lidas

Post Relacionado

Imagem do Congresso Nacional do Brasil, com destaque para as duas torres gêmeas na Praça dos Três Poderes, Brasília, símbolo da política brasileira.

Congresso derruba parte de vetos de Lula à lei das eólicas offshore

BRASÍLIA (Reuters) – O Congresso Nacional derrubou nesta terça-feira parcialmente vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a uma série de itens incluídos pelos parlamentares durante a tramitação do projeto de lei que regulamenta as usinas eólicas em alto mar, o que deverá ter um impacto nos próximos anos

Imagem de um homem de terno azul escuro, barba branca e cabelos grisalhos, falando em um evento oficial ao lado da bandeira do Brasil, com um cartaz que mostra 'Paris, Quinta-feira, 5 de junho de 2025'.

Lula cobra do G7 contribuições ambiciosas para redução de aquecimento global

(Reuters) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou uma de suas falas no G7, nesta terça-feira, para cobrar que os presidentes presentes na Cúpula aumentem as ambições de seus países em suas contribuições para evitar o aquecimento global, as chamadas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês).

REVISTA DOS TRIBUNAIS
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.