Por Bernardo Barbosa
SÃO PAULO (Reuters) – O Ministério da Saúde lançou nesta segunda-feira um assistente no WhatsApp para divulgar “informações confiáveis” sobre vacinas, diante de um cenário de retrocesso na cobertura vacinal ocorrido principalmente nos últimos dois anos, segundo o governo.
A cobertura de diferentes vacinas no Brasil caiu de forma quase ininterrupta nos últimos dez anos, segundo dados do governo federal.
Em 2019, o Brasil teve um surto de sarampo três anos depois da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) ter declarado o país como livre da doença. A cobertura da vacina tríplice viral, contra sarampo, rubéola e caxumba, já estava em queda e despencou para abaixo de 80% da população em 2021.
Também houve queda na última década na aplicação de vacinas direcionadas a crianças nos primeiros anos de vida, como as contra poliomielite, meningite e BCG, que combate formas graves de tuberculose.
“A propagação de fake news é um dos fatores que impacta na adesão da população às campanhas de imunização”, afirmou o Ministério da Saúde.
Além da desinformação, os transtornos causados pela Covid-19 prejudicaram as campanhas de vacinação de rotina. Em julho de 2022, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) disseram que a pandemia foi responsável pelo “maior retrocesso contínuo nas vacinações em três décadas”.
Os dados do governo mostram uma recuperação da cobertura vacinal a partir do ano passado, mas os índices ainda estão em patamares inferiores aos de dez anos atrás.
Além de informações sobre vacinas, a ferramenta no Whatsapp tira dúvidas sobre o funcionamento de Unidades Básicas de Saúde (UBS) e dá instruções sobre marcar consultas médicas no Sistema Único de Saúde (SUS), entre outras funções.