Por Clark Mindock
(Reuters) – O pai de uma mulher que morreu durante os incêndios florestais do mês passado no Havaí processou o Estado e a administração do condado de Maui em um processo inédito, acusando os governos de negligência grave que levou aos incêndios.
Ajuizado na segunda-feira no tribunal estadual do Havaí, o processo é o primeiro decorrente dos incêndios florestais a ser movido contra o Estado. Ele também nomeia a concessionária de energia elétrica do Estado, a Hawaiian Electric, que já enfrenta vários processos judiciais, e uma grande proprietária de terras na ilha, a Bishop Estate, pelos incêndios que arrasaram a cidade histórica de Lahaina, em Maui.
A ação, movida por Harold Wells em nome dele e dos herdeiros de sua filha de 57 anos, alega que o risco de incêndios florestais era bem conhecido dos réus e que os incêndios eram evitáveis. As medidas que teriam reduzido o risco, incluindo a gestão adequada da vegetação e da rede elétrica, não foram tomadas pelos réus, argumentou Wells.
A filha de Wells, Rebecca Rans, está entre as pelo menos 115 pessoas que morreram durante os incêndios florestais mais mortíferos nos EUA em mais de um século. O condado divulgou uma lista de 388 pessoas que se acreditava ainda estarem desaparecidas no final do mês passado.
Os grandes proprietários de terras, incluindo o Estado, o condado e a Bishop Estate, tinham o dever de reduzir o risco de incêndios florestais limpando regularmente a vegetação seca na área, mas não o fizeram, afirma o processo. Enquanto isso, a Hawaiian Electric não conseguiu desenergizar seus equipamentos elétricos durante ventos fortes, provocando os incêndios, disse o processo.
Os representantes dos réus não responderam imediatamente aos pedidos de comentários na terça-feira.
(Reportagem de Clark Mindock)