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Dólar volta a ultrapassar os R$5,70 puxado pelo exterior

Nota de 100 dólares exibida em um cartaz de câmbio, destacando o valor e o rosto de Benjamin Franklin, essencial para a troca de moeda.

SÃO PAULO (Reuters) – Em um dia sem notícias de impacto na área econômica, o dólar fechou a quarta-feira em alta ante o real e novamente acima dos R$5,70, acompanhando o viés positivo para a moeda norte-americana no exterior, em meio a novas ameaças de imposição de tarifas pelos EUA.

O dólar à vista fechou em alta de 0,65%, aos R$5,7258, após ter registrado na véspera a menor cotação de encerramento no ano, de R$5,6887. Em 2025 a moeda norte-americana acumula queda de 7,33%.

Às 17h04 na B3 o dólar para março — atualmente o mais líquido — subia 0,61%, aos R$5,7345.

Na noite de terça-feira o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que pretende impor tarifas sobre automóveis “em torno de 25%” e taxas de importações semelhantes sobre semicondutores e produtos farmacêuticos. Na sexta-feira, Trump já havia dito que as tarifas sobre automóveis seriam aplicadas em 2 de abril.

A possibilidade de acirramento da guerra comercial — vista como um fator inflacionário para os EUA, que poderia levar a juros mais altos — deu força ao dólar ante diversas divisas. No Brasil, a moeda norte-americana à vista marcou a cotação máxima de R$5,7334 (+0,79%) às 10h04.

No entanto, as cotações perderam força no Brasil ao longo da manhã e chegaram a recuar no começo da tarde. Às 12h38, o dólar à vista marcou a menor cotação do pregão, de R$5,6829 (-0,10%).

Operador ouvido pela Reuters pontuou que um dos motivos para a volatilidade do dólar ante o real foi uma grande operação realizada por investidor estrangeiro no mercado futuro, comprando grande lote de moeda no início da sessão e vendendo posteriormente. Completada a operação, o dólar voltou a subir ante o real, alinhando-se novamente ao exterior.

No Brasil, alguns agentes também aproveitaram os recuos mais recentes do dólar para realizar lucros, comprando moeda, em sintonia com a realização vista nos mercados de ações e de DIs (Depósitos Interfinanceiros).

Pela manhã, o Banco Central vendeu 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de abril de 2025.

À tarde, o BC informou que o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de US$2,335 bilhões em fevereiro até o dia 14, com saída de US$1,628 bilhão pela via financeira e saída de US$707 milhões pela via comercial.

Às 17h12, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,17%, a 107,180.

(Por Fabricio de Castro)

 

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