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Dólar tem leve alta enquanto investidores digerem dados nos EUA e no Brasil

Notas de dólar

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar à vista tinha leve alta ante o real nesta quarta-feira, mas estava a caminho de uma queda mensal, à medida que os investidores demonstravam cautela no início de uma sessão marcada pela divulgação de um grande volume de dados econômicos no Brasil e nos Estados Unidos.

Às 10h09, o dólar à vista subia 0,4%, a R$5,6530 na venda. No mês, a moeda acumula queda de 0,94%.

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,18%, a R$5,626 na venda.

Na terça-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 0,32%, aos R$5,6307, registrando a oitava sessão consecutiva com perdas.

Os movimentos da moeda brasileira nesta sessão ocorriam em meio a ganhos modestos da divisa dos EUA no exterior, com o dólar avançando ligeiramente sobre pares fortes, como o euro e o iene, e pares emergentes, como o peso mexicano e o rand-sul africano.

As negociações eram influenciadas pela divulgação de dados econômicos dos EUA pela manhã, com destaque para os números de criação de empregos no setor privado em abril e do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, que evidenciaram uma desaceleração econômica nos EUA.

O relatório da ADP informou que os empregadores do setor privado abriram 62.000 postos de trabalho em abril, abaixo das 147.000 vagas criadas em março e número bem menor que a previsão em pesquisa da Reuters de 115.000 empregos, indicando desaceleração do mercado de trabalho.

Sobre o crescimento econômico, dados do governo norte-americano mostraram uma contração inesperada, com perda de 0,3% no primeiro trimestre em uma base anualizada, ante um ganho de 2,4% no trimestre anterior e de uma expectativa de expansão de 0,3% em pesquisa da Reuters.

Os resultados fomentavam a percepção de enfraquecimento da maior economia do mundo, o que pode ser exacerbado com a implementação de tarifas de importação pelo presidente Donald Trump, de acordo com analistas, provocando maior aversão ao risco entre investidores.

Mas uma vez que o pregão ainda contará com mais números a serem divulgados ao longo do dia, com destaque para dados do índice PCE — o medidor de inflação preferido do Federal Reserve — para março, os agentes financeiros optavam por não fazer apostas muito acentuadas no momento.

“A abertura está sendo cautelosa diante desse cenário com muitos sinais divergentes, mas espero alternância de sinais e pregão sem direção única”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

“Acho que a volatilidade deve se acentuar durante o dia”, completou.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,26%, a 99,433.

Na cena doméstica, a agenda macroeconômica também estava repleta de dados.

O IBGE informou que o Brasil fechou o primeiro trimestre com alta da taxa de desemprego em relação ao final do ano passado devido ao aumento no número de pessoas em busca de trabalho. Nos três meses até março a taxa de desemprego chegou a 7,0%, de 6,2% no quarto trimestre de 2024.

Mais cedo, o Banco Central relatou que a dívida pública bruta do Brasil como proporção do PIB recuou em março sob efeito do crescimento da economia e de um resgate líquido de títulos. A dívida bruta do governo geral chegou a 75,9% em março, de 76,1% no mês anterior.

Mais tarde, o mercado nacional avaliará dados do governo para a criação de vagas formais de trabalho em março, com divulgação às 14h30.

O dia ainda conta com o fechamento da taxa Ptax para o mês. Calculada pelo BC com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros tentam direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições.

ABRIL VOLÁTIL

A sessão desta quarta-feira fecha um mês que tem sido de grande volatilidade, com o dólar variando cerca de 37 centavos ante o real entre a máxima (R$5,9985) e a mínima de fechamento (R$5,6290) em abril.

Os movimentos têm sido influenciados pela enorme incerteza sobre a política comercial dos EUA, após o anúncio de tarifas amplas por Trump em 2 de abril, com analistas e investidores passando a temer pelo risco de uma recessão global.

Trump tem flexibilizado algumas de suas medidas tarifárias, em um esforço para alcançar acordos comerciais com uma série de parceiros, apesar de manter ainda taxas altas sobre a China, que já retaliou as tarifas dos EUA.

Os ataques do presidente norte-americano ao chair do Fed, Jerome Powell, e as ameaças de demiti-lo também influenciaram as negociações ao longo do mês, com Trump recuando de seus comentários depois.

 

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