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Dólar sobe com acordo EUA-UE e ameaça de tarifa sobre o Brasil em foco

Imagem de uma campanha de troca de moedas e cédulas de dólar e euro, com destaque para o texto 'Câmbio | Change'. Em primeiro plano, uma pessoa usando capacete e jaqueta, segurando uma chave ou um objeto, ao lado de uma parede decorada com notas de dinheiro.

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar à vista subia ante o real nesta segunda-feira, na esteira dos ganhos globais da moeda norte-americana após o anúncio de um acordo comercial entre Estados Unidos e União Europeia, enquanto o mercado nacional monitora a busca do Brasil para evitar a ameaça tarifária do presidente Donald Trump.

Às 9h41, o dólar à vista subia 0,35%, a R$5,5818 na venda.

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,40%, a R$5,590 na venda.

Os movimentos do real nesta sessão tinham como pano de fundo a forte alta do dólar no exterior depois que Trump anunciou um acordo com a UE que inclui uma tarifa de 15% sobre os produtos exportados pela UE, além de compras de energia e equipamentos militares norte-americanos por parte do bloco europeu.

O acordo encerrou meses de tensões comerciais entre os dois parceiros, que tinha tido mais recentemente a ameaça do presidente norte-americano de impor tarifa de 30% sobre a UE a partir de 1º de agosto caso ambos não alcançassem um pacto tarifário.

Enquanto em outros mercados o acordo fomentava apetite por risco, no mercado de câmbio o anúncio trazia força para o dólar, uma vez que nos últimos meses a moeda dos EUA se enfraqueceu com a perspectiva de que a maior economia do mundo seria a principal prejudicada por uma guerra comercial global.

O entendimento com a UE, que se seguiu ao fechamento de um acordo com o Japão na semana passada, deixava os investidores menos apreensivos com os ativos norte-americanos, o que representava um reposicionamento em posições compradas no dólar.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,55%, a 98,149.

No Brasil, as atenções também estão voltadas para o comércio, mas com um sentimento mais pessimista, já que o mercado vê cada vez menos espaço para o governo brasileiro impedir uma taxa de 50% pelos EUA em 1º de agosto.

Na sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou as tentativas que o governo vem fazendo de abrir um canal de comunicação com os EUA, destacando o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, como um “exímio negociador”.

Entretanto, o governo não teve sucesso até agora. Alckmin informou na quinta que durante o final de semana teve uma conversa com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, em que pediu a reabertura das negociações.

Um motivo pelo qual analistas estão receosos quanto à possibilidade de um acordo é o fato de que, no caso do Brasil, Trump vinculou a tarifa a uma questão política — o tratamento que o ex-presidente Jair Bolsonaro vem recebendo do Supremo Tribunal Federal (STF) — e não comercial.

“Agora, o Brasil entra no radar de Washington e uma nova tarifa de até 50% pode ser anunciada a partir de 1º de agosto. A medida, vista como retaliação política, eleva o grau de incerteza sobre o câmbio e as exportações brasileiras”, disse Diego Costa, head de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T XP.

Ainda nesta semana, os mercados também avaliarão decisões de bancos centrais ao redor do mundo, com destaque para o Banco Central do Brasil e o Federal Reserve, que anunciarão suas decisões de juros na quarta-feira. A expectativa é que ambos mantenham suas taxas.

Mais cedo, analistas consultados pelo BC em sua pesquisa Focus mantiveram a projeção de que a taxa Selic permanecerá no atual patamar de 15,00% até o fim deste ano, caindo para 12,50% ao fim de 2026.

 

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