thomson reuters

BLOG | REVISTA DOS TRIBUNAIS

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Dólar oscila pouco com tensões no exterior e MP do governo em foco

Imagem de várias notas de dólar americano espalhadas, com destaque para uma nota de um dólar na frente, simbolizando dinheiro e riqueza.

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar à vista oscilava pouco ante o real nesta quinta-feira, conforme navegava por fatores altistas e baixistas, com destaque para o acordo comercial entre Estados Unidos e China e as tensões no Oriente Médio, enquanto o mercado nacional avaliava a medida provisória para compensar o recuo na alta do IOF.

Às 9h55, o dólar à vista caía 0,15%, a R$5,5311 na venda.

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,04%, a R$5,560 na venda.

Os movimentos do real nesta sessão tinham como pano de fundo a forte queda do dólar no exterior, uma vez que os investidores melhoravam suas perspectivas para cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve e diminuíam sua exposição a ativos dos EUA em meio à disputa comercial com a China.

Os mercados ainda reagiam aos dados de inflação ao consumidor dos EUA melhores do que o esperado na véspera, o que fomentava as apostas de cortes de juros pelo Fed, provocando a queda dos rendimentos dos Treasuries e pressionando a divisa norte-americana.

Reforçando o otimismo quanto aos preços, o governo dos EUA informou mais cedo que a inflação ao produtor também registrou resultado abaixo do esperado, com ganho de 0,1% em maio em relação ao mês anterior, ante expectativa de avanço de 0,2%.

Operadores estão precificando 100% de chance de duas reduções de juros neste ano, com o primeiro corte possivelmente em setembro. Antes dos dados, a probabilidade de uma segunda redução era alta, mas não estava totalmente precificada.

O dólar também era pressionado pela cautela em relação ao acordo comercial firmado entre as duas maiores economias do mundo nesta semana para retomar uma trégua tarifária acordada no mês passado.

O acordo também abordou os controles de exportação chineses para minerais de terras raras, mas deixou de fora o impasse em torno das remessas de chips dos EUA para China, sinalizando que o confronto entre os dois países ainda pode voltar a escalar.

“Existe uma percepção de que o resultado das negociações comerciais entre EUA e China em Londres foi bastante modesto e há uma preocupação sobre a fragilidade do relacionamento comercial daqui para frente”, disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,75%, a 97,716.

Por outro lado, havia outros fatores que impediam a moeda brasileira de sustentar ganhos nesta sessão. O aumento das tensões no Oriente Médio gerava aversão a ativos mais arriscados, com ações recuando no mundo todo.

Os EUA estão preparando uma retirada parcial de funcionários de sua embaixada no Iraque e permitirão que familiares de militares deixem locais no Oriente Médio devido ao aumento dos riscos de segurança na região, disseram fontes norte-americanas e iraquianas na quarta-feira.

“Os mercados começam o dia com aversão ao risco, apesar do fluxo de notícias mais construtivas sobre as perspectivas de inflação e o progresso nas negociações com a China. As tensões geopolíticas no Oriente Médio estão se intensificando novamente”, disseram analistas do BTG em nota.

Na cena doméstica, existe cautela quanto à MP editada pelo governo para compensar os recuos no decreto do Imposto sobre Operações Financeiras.

O governo publicou na quarta-feira um decreto calibrando para baixo parte dos aumentos do IOF e uma MP que eleva a taxação sobre bets, institui a tributação sobre ganhos com títulos isentos, altera o imposto de aplicações financeiras e prevê algumas medidas de contenção de despesas.

A iniciativa veio ao final de um dia em que lideranças da oposição e o próprio presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, manifestaram forte resistência a propostas de elevação da arrecadação que não sejam acompanhadas de iniciativas “estruturais” do lado dos gastos.

Na quarta, o dólar à vista fechou em baixa de 0,53%, a R$5,5392, menor valor de encerramento desde 8 de outubro do ano passado, quando foi cotado a R$5,5334.

(Por Fernando CardosoEdição de Camila Moreira)

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais lidas

Post Relacionado

Imagem da Casa Branca em Washington, D.C., durante o pôr do sol, com árvores ao redor e céu claro ao fundo.

Câmara dos EUA aprova legislação sobre stablecoins e texto vai para Trump

Por Chris Prentice e Hannah Lang (Reuters) – A Câmara dos EUA aprovou nesta quinta-feira um projeto de lei para criar uma estrutura regulatória para tokens de criptomoedas atrelados ao dólar, conhecidos como stablecoins, e o texto vai agora para o presidente Donald Trump, que deve sancioná-lo. A votação marca

Duas pessoas em uma conferência na BRICS 2025, com um fundo com logo do BRICS e uma árvore estilizada multicolorida, um deles falando ao microfone.

Mauro Vieira diz que Lula e Trump poderão conversar se houver circunstância

BRASÍLIA (Reuters) – O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse nesta quinta-feira ter certeza de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversará com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se houver circunstância, argumentando que os dois líderes ainda não se encontraram por falta de oportunidade. Em

REVISTA DOS TRIBUNAIS
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.