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Dólar fica estável frente ao real apesar de apetite por risco no exterior

Dólar fica estável frente ao real apesar de apetite por risco no exterior

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar rondava a estabilidade frente ao real nesta sexta-feira, à medida que investidores mostravam pessimismo com o cenário doméstico, apesar do apetite por risco no exterior em meio a promessas de novas medidas de estímulo econômico na China e dados de inflação dos Estados Unidos.

Às 10h14, o dólar à vista subia 0,02%, a 5,4462 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,25%, a 5,455 reais na venda.

Nesta sessão, o real tinha dificuldades de acompanhar a força de seus pares emergentes, uma vez que o mercado nacional voltava a elevar os prêmios de risco para o país em meio a novos indícios de aceleração da inflação nos próximos meses e preocupações com o cenário fiscal.

Dados da Fundação Getulio Vargas mostraram mais cedo que o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) acelerou mais do que o esperado por analistas em setembro, em alta de 0,62%, depois de ter avançado 0,29% no mês anterior.

A expectativa em pesquisa da Reuters com analistas era de alta de 0,47%. Com o resultado do mês, o índice, que calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência, passou a acumular em 12 meses alta de 4,53%.

A preocupação com a dinâmica da inflação tinha impactos na curva de juros brasileira, com os juros futuros registrando altas nesta sessão, em meio a perspectiva de riscos para aceleração da inflação.

Também continuava no radar o cenário fiscal brasileiro, com agentes financeiros ainda demonstrando preocupação com o compromisso do governo com o ajuste das contas públicas, enquanto persegue a meta de déficit primário zero deste ano.

“Vejo muita cautela ainda com o cenário fiscal, e isso está nitidamente limitando a recuperação de nossos ativos locais”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

As atenções se voltavam ainda para eventos com membros do Banco Central, incluindo o diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, e o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto.

No cenário externo, por outro lado, o dólar seguia sendo prejudicado pela busca de ativos de maior risco no exterior, com o otimismo elevado em uma semana marcada pelo anúncio de medidas para impulsionar a economia da China, maior importador de matérias-primas do planeta.

Desde terça-feira, quando o Banco do Povo da China divulgou medidas de afrouxamento monetário a fim de fomentar os investimentos na segunda maior economia do mundo, os mercados globais têm experimentado ganhos devido à expectativa de maior demanda vinda do enorme mercado consumidor chinês.

O impulso foi renovado na véspera, quando membros do Politburo do Partido Comunista Chinês prometerem “gastos fiscais necessários” para atingir a meta de crescimento econômico deste ano, de aproximadamente 5%.

O efeito do estímulo chinês era mais evidente em mercados emergentes, cujas moedas dependem diretamente do desempenho dos preços de commodities. As altas de produtos importantes, como o minério de ferro, puxados pela perspectiva de demanda chinesa, tornava os ativos de países emergentes mais atrativos.

Com isso, o dólar recuava ante o peso mexicano, o peso chileno e o rand sul-africano.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,41%, a 100,190.

Os mercados de câmbio ainda receberam nesta manhã um novo fator positivo, após dados mostrarem que o núcleo da medida preferida de inflação do Federal Reserve teve uma alta menor do que o esperado em agosto, fortalecendo as apostas de um corte grande de juros em novembro,

O Departamento de Comércio informou que o índice PCE subiu 0,1%, em linha com o esperado por economistas consultados pela Reuters. O núcleo do índice, por outro lado, avançou abaixo do esperado, a 0,1%, ante projeção de alta de 0,2%.

Em 12 meses, o núcleo do PCE atingiu 2,7% em agosto, mesmo nível do mês anterior.

Após os dados, operadores colocavam 54% de chance de um corte de 50 pontos-base na reunião de novembro do Fed, acima dos 49% de probabilidade projetados mais cedo.

 

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