thomson reuters

BLOG | REVISTA DOS TRIBUNAIS

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Cúpula COP16 da ONU não deve ter acordo para financiamento da conservação

Cúpula COP16 da ONU não deve ter acordo para financiamento da conservação

Por Jake Spring

CALI, Colômbia (Reuters) – Países não devem chegar a um grande acordo financeiro para a conservação da natureza durante cúpula da biodiversidade da ONU, a COP16, com os delegados falando nesta quarta-feira em esticar as negociações para além do prazo final do encontro.

A discussão sobre o financiamento decorre de uma promessa feita pelos países ricos há dois anos de garantir 20 bilhões de dólares anuais em financiamento para conservação de nações em desenvolvimento até 2025, aumentando para 30 bilhões de dólares por ano até 2030.

Esses valores representam um aumento modesto em relação aos 15,4 bilhões de dólares destinados ao financiamento para conservação em 2022, apontam dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Os países reunidos na COP15, em 2022, concordaram em criar o Fundo Global Marco da Biodiversidade, com o objetivo de catalisar o financiamento para alcançar as metas de preservação da natureza, mas, até agora, o fundo arrecadou apenas cerca de 400 milhões de dólares.

A cúpula deste ano tinha como meta aumentar as fontes de financiamento para a conservação, mas chegou a um impasse sobre criar ou não mais um fundo voltado para a natureza.

“É óbvio que as discussões aqui não vão trazer uma conclusão”, disse David Ainsworth, porta-voz do secretariado da Convenção sobre Diversidade Biológica da ONU, que organiza as discussões.

Os delegados já “discutiram qual será o caminho a seguir durante o período entre as sessões”, afirmou.

A incapacidade de chegar a um novo acordo para o financiamento deve provavelmente atrasar os esforços para pagar pela conservação, em meio ao rápido declínio da natureza devido à destruição de habitats, poluição e mudanças climáticas.

CRIAR OU NÃO UM NOVO FUNDO

O Brasil e outros países em desenvolvimento expressaram o desejo de ter mais supervisão sobre o financiamento para a natureza, alegando que o Fundo do Marco Global para a Biodiversidade existente é dominado por países ricos. Eles também manifestaram preocupação de que o dinheiro seja distribuído de forma muito lenta.

“O financiamento para a biodiversidade deve fluir para onde a biodiversidade está”, disse o principal negociador do Brasil, André Corrêa do Lago, na semana passada, ao defender a criação de um novo fundo.

“A voz dos países que enfrentam um fardo maior deveria ter mais peso do que tem atualmente”, acrescentou Corrêa do Lago.

Os países ricos se opuseram à ideia.

“Não é suficiente discutir sempre um fundo, um novo fundo”, disse Florika Fink-Hooijer, chefe da Diretoria Geral da União Europeia para o Meio Ambiente, na segunda-feira.

“Temos o Fundo do Marco Global para a Biodiversidade… portanto, não acho que devamos nos distrair dizendo: ‘Ah, agora precisamos de um fundo diferente’.”

Países avaliam as opções para seguir com as discussões pós-COP16, incluindo a criação de um novo grupo para negociar as questões ou a realização de conversas por meio de um órgão existente da ONU, disse Ainsworth.

“Não sei se chamaríamos isso de fracasso. Seria decepcionante não termos um acordo claro nesta COP”, disse Marcos Neto, diretor global de políticas do Programa de Desenvolvimento da ONU.

Segundo ele, os países estão reformulando a maneira como abordam o financiamento para o meio ambiente de forma a reunir fontes públicas, privadas e multilaterais, e isso leva tempo.

“Acho que é uma inovação. Às vezes, leva mais tempo para descobrirmos como juntar todas essas peças”, disse Neto.

Os países precisariam descobrir como um novo fundo se encaixaria nos já existentes e como ele seria usado não apenas para canalizar dinheiro público, mas para incentivar o investimento privado em atividades que beneficiem a natureza.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que permanece esperançoso em relação a um acordo sólido na COP16.

“Houve uma enorme vontade de chegar a um resultado bem-sucedido e uma enorme disposição de compromisso nas questões pendentes”, disse Guterres em entrevista coletiva.

“Portanto, estou bastante otimista de que será possível alcançar um consenso”.

(Reportagem de Jake Spring)

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais lidas

Post Relacionado

Dispositivo móvel exibindo o logo da OpenAI com um teclado de computador ao fundo, iluminado por luzes roxas e azuis, simbolizando tecnologia e inovação em inteligência artificial.

OpenAI diz não ter planos para usar chip interno do Google

A OpenAI afirmou que não tem planos ativos para usar o chip interno do Google para alimentar seus produtos, dois dias após a Reuters e outros veículos de notícias informarem sobre a decisão da empresa de recorrer aos chips de inteligência artificial de seus concorrentes para atender à crescente demanda.

Logo da Meta na parede, destacando o símbolo do infinito azul e o nome Meta ao lado.

Meta aprofunda investimento em IA com laboratório de “superinteligência”, diz fonte

Por Jaspreet Singh (Reuters) – O presidente-executivo da Meta, Mark Zuckerberg, reorganizou os esforços da empresa em inteligência artificial sob uma nova divisão chamada Meta Superintelligence Labs, informou uma fonte nesta segunda-feira. A divisão será liderada por Alexandr Wang, ex-CEO da startup de rotulagem de dados Scale AI. Ele será

Colheitadeira está descarregando milho em uma fazenda durante o cultivo agrícola, enfatizando o armazenamento e colheita de grãos. Fundo de céu azul.

Brasil comemora reconhecimento da ONU de ganhos ambientais

SÃO PAULO/MONTREAL (Reuters) – O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que a decisão de uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU) de reconhecer os benefícios ambientais da prática agrícola de múltiplas culturas na produção de Combustível Sustentável de Aviação (SAF, na sigla em inglês) foi uma

Pessoa segurando uma carteira de trabalho e previdência social do Ministério do Trabalho do Brasil, com máscara preta, ao ar livre.

Brasil abre 148.992 vagas formais de trabalho em maio, abaixo do esperado

Por Victor Borges BRASÍLIA (Reuters) -O Brasil abriu 148.992 vagas formais de trabalho em maio, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O resultado do mês passado — fruto de 2.256.225 admissões e 2.107.233 desligamentos — ficou abaixo

REVISTA DOS TRIBUNAIS
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.