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Chilenos rejeitam constituição conservadora para substituir texto da era da ditadura

Chilenos rejeitam constituição conservadora para substituir texto da era da ditadura

Chilenos rejeitam constituição conservadora para substituir texto da era da ditadura

Por Alexander Villegas e Natalia A. Ramos Miranda

SANTIAGO/VALPARAISO, Chile (Reuters) – Os chilenos rejeitaram no domingo uma nova constituição conservadora para substituir o texto atual, da era da ditadura de Augusto Pinochet.

Com 99,65% das urnas apuradas, um total de 55,76% dos chilenos rejeitou o novo texto, enquanto 44,24% votaram a favor dele.

Esse é o segundo projeto de constituição em dois anos que os eleitores rejeitam para substituir o texto atual, um processo que nasceu depois que protestos em grande escala tomaram conta do país em 2019.

“O país ficou polarizado, dividido”, disse o presidente Gabriel Boric em um discurso televisionado, acrescentando que o resultado mostra que o processo “não canalizou as esperanças de ter uma nova constituição escrita por todos”.

Boric reiterou que seu governo não buscará uma terceira redação e avançará com a reforma previdenciária e tributária por meio do legislativo.

“O que os cidadãos estão pedindo é uma melhor capacidade de diálogo, de consenso, mas, acima de tudo, de ação”, disse Boric.

Muitos chilenos expressaram desconfiança e desencanto com o processo após anos de polarização e brigas políticas.

Nina Vidal, de 65 anos, secretária na cidade litorânea de Valparaíso, disse no domingo que se sentiu inspirada pelo primeiro plebiscito, mas perdeu a confiança no segundo plebiscito.

“Eu sinceramente pensei que as coisas iriam mudar” na primeira vez, afirmou ela após votar. “Mas, infelizmente, nada mudou.”

A primeira assembleia eleita para redigir um novo texto era dominada por forças de esquerda, e a minuta se concentrava em direitos sociais, indígenas, ambientais e de gênero. Mas esse texto foi esmagadoramente rejeitado pelos eleitores em setembro passado.

O eleitorado mudou para a direita no segundo projeto e os eleitores elegeram uma assembleia dominada por partidos conservadores.

Esse texto foi considerado mais conservador e favorável ao mercado do que a constituição de 1980 que ele poderia substituir. Focava nos direitos de propriedade privada e regras rígidas sobre imigração e aborto.

“Finalmente, após quatro anos de intenso debate e conversa constitucional, chegamos ao mesmo ponto”, disse o analista político Kenneth Bunker, acrescentando que o fim da votação deve trazer mais estabilidade política e confiança para os investidores.

 

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