Por Lisa Richwine e Dawn Chmielewski e Danielle Broadway
LOS ANGELES (Reuters) – Atores de Hollywood chegaram a um acordo provisório com os principais estúdios na quarta-feira para resolver a segunda de duas greves que abalaram o setor de entretenimento, após roteiristas e artistas exigirem salários mais altos na era da TV por streaming.
A paralisação de 118 dias terminou oficialmente logo após a meia-noite, informou o sindicato SAG-AFTRA em um comunicado, depois que seu comitê de negociação apoiou por unanimidade o acordo com Walt Disney, Netflix e outras empresas.
Avaliado em mais de 1 bilhão de dólares, o contrato de três anos inclui aumentos nos salários mínimos e um novo bônus pago pelos serviços de streaming, informou o sindicato.
O acordo também prevê proteções contra o uso não autorizado de imagens geradas por inteligência artificial (IA), uma área que surgiu como uma grande preocupação dos artistas que temiam ser substituídos por “dublês digitais”.
“Chegamos a um contrato que permitirá que os membros do SAG-AFTRA de todas as categorias construam carreiras sustentáveis”, disse o sindicato em uma nota aos membros.
A presidente do SAG-AFTRA e estrela de “The Nanny”, Fran Drescher, escreveu no Instagram: “Conseguimos!!!! O acordo de mais de um bilhão de dólares!”
Houve comemorações em Los Angeles. A resolução da greve dos atores significa que Hollywood pode voltar à produção total pela primeira vez desde maio, quando os roteiristas de cinema e TV abandonaram o trabalho.
“É um sentimento de alegria, de triunfo sobre a adversidade e de não desistir”, disse o ator Evan Shafran.
Outra integrante do SAG-AFTRA, Jessica Brown, ainda estava absorvendo a notícia. “Meu cérebro ainda está tentando se atualizar e processar”, afirmou ela. “Oh, meu Deus! Conseguimos.”
A diretoria nacional do SAG-AFTRA analisará o acordo na sexta-feira, e o sindicato disse que divulgará mais detalhes após essa reunião. Espera-se que uma votação final de ratificação pelos membros ocorra nas próximas semanas.
A Aliança de Produtores de Televisão e Cinema (AMPTP, na sigla em inglês), que negociou em nome dos estúdios, disse que o acordo representou “um novo paradigma”.
A organização afirmou que “espera que o setor retome o trabalho de contar grandes histórias”.