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Ambientalista que se esquiva de prisão pedida pelo Japão promete na COP30 enfrentar mineração em águas profundas

Homem idoso com cabelo branco, barba e bigode grisalhos, usando camisa clara e camiseta preta, em ambiente de evento ou convenção, com expressão pensativa.

Por Lisandra Paraguassu e Lais Morais

BELÉM (Reuters) – Um ativista canadense contra a caça às baleias, que se esquiva de um mandado de prisão emitido pelo Japão há mais de uma década, prometeu na conferência climática das Nações Unidas COP30, em Belém, continuar lutando pela proteção marinha — mirando especialmente na mineração em águas profundas e na indústria norueguesa que explora o crustáceo krill.

Paul Watson pediu aos delegados nesta semana na cúpula climática da ONU em Belém que olhassem para além das florestas do mundo e lembrassem que os oceanos também ajudam a limitar as mudanças climáticas, com o fitoplâncton produzindo grande parte do oxigênio que respiramos.

Esses organismos fotossintéticos, juntamente com muitas criaturas oceânicas, estão sob ameaça, pois as mudanças climáticas aquecem as temperaturas dos oceanos e derretem o gelo marinho polar.

“Se o fitoplâncton desaparecer do mar, nós morreremos”, disse Watson à Reuters em uma entrevista a bordo de seu barco, o John Paul Dejoria. “Mas ele tende a ficar fora da vista, fora da mente. Você pode ver a floresta tropical, mas não pode ver o fitoplâncton.”

Membro influente do Greenpeace na década de 1970, Watson criou a Sea Shepherd para se concentrar na proteção dos oceanos. O grupo de ativistas atraiu a atenção internacional por perseguir traineiras e navios baleeiros em alto mar, além de outras ações destinadas a interromper a exploração oceânica.

Watson aplaudiu o fim da caça às baleias do Japão em águas internacionais em 2019, depois que a Corte Internacional de Justiça decidiu que a caça no Oceano Antártico era ilegal. Ele criou a Fundação Captain Paul Watson em 2022.

Agora, ele disse que está voltando sua atenção para a proteção de criaturas menores — especificamente o minúsculo krill que é a principal fonte de alimento para alguns tipos de baleias.

Quando o Tratado Mundial de Alto Mar entrar em vigor em janeiro, Watson planeja contestar a coleta de krill oceânico pela Noruega para alimentar suas fazendas de salmão.

“Queremos confrontar a pesca de krill norueguesa nesse dia”, disse ele. “Eles estão retirando 620.000 toneladas métricas de krill do Oceano Antártico, diretamente da boca das baleias e dos pinguins.”

Ele também pretende desafiar as tentativas de extrair minerais de terras raras do fundo do mar — um processo que os cientistas alertaram que poderia destruir ecossistemas sobre os quais pouco se sabe.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou a aceleração dos esforços de mineração em águas profundas do país.

Quando Watson chegou a Belém, há duas semanas, o Japão enviou ao Brasil um pedido de prisão para que ele enfrentasse as acusações japonesas de invasão de propriedade relacionada a supostos danos a um barco baleeiro e ferimentos em um baleeiro.

Watson não está preocupado. Nos últimos dias, ele participou de vários eventos públicos com autoridades brasileiras, incluindo a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e a primeira-dama, Janja Lula da Silva.

Uma fonte do governo brasileiro disse à Reuters que o país não irá atrás de Watson.

“O Japão me segue por toda parte. E onde quer que eu vá, eles tentam me prender”, disse ele sobre os 14 anos em que se esquiva das autoridades japonesas. Em julho, a Interpol rejeitou um mandado de prisão internacional de 2012 para Watson, que negou as acusações japonesas.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu e Laís Morais, em Belém; Reportagem adicional de Anderson Coelho)

 

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