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Amazônia tem queda de 11% no desmatamento e terceira menor área destruída em um ano

Imagem de uma área de floresta tropical com um rio ao lado, com vista de uma cidade ao fundo, mostrando a conexão entre natureza e urbanização.

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) -O desmatamento na Amazônia brasileira caiu 11% nos 12 meses até julho deste ano em comparação com o mesmo período um ano antes, mostraram dados oficiais apresentados nesta quinta-feira pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, no quarto ano consecutivo de queda.

Os números do Prodes, o sistema oficial que registra o desmatamento anual, mostram que a Amazônia perdeu 5.796 quilômetros quadrados no período de 12 meses — o terceiro menor número desde que os dados começaram a ser coletados em 1988, e uma queda de 50% em relação a 2022.

“Nem nos meus melhores planos imaginei que chegaríamos em uma redução de 50% na Amazônia em comparação a 2022. Não é fácil conseguir uma queda em cima de outras quedas”, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, após apresentar os dados.

Os números do Prodes também mostraram que o desmatamento no Cerrado caiu 11,49% no mesmo período, no segundo ano de queda consecutivo depois de uma sequência de altas. Na comparação com 2023, houve uma queda de 34% do desmatamento no bioma, que perdeu 7.235 quilômetros quadrados.

A poucos dias do início da cúpula do clima da ONU COP30 em Belém, em que o Brasil vai receber negociadores do mundo inteiro para tratar da crise climática, os dados do Prodes são um trunfo para o governo brasileiro ao mostrarem o sucesso do controle do desmatamento na Amazônia, principal causa das emissões de gases do efeito estufa no país.

De acordo com dados apresentados pelo secretário extraordinário de controle do desmatamento, André Lima, a redução do desmatamento nos dois biomas representa a redução da emissão de 734 milhões de toneladas de CO², o equivalente ao que emitem França e Espanha somadas.

“Esses dados mostram que o Brasil possui uma enorme capacidade instalada para fazer o controle do desmatamento no país”, disse o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco.

Os números também mostraram, no entanto, que, enquanto a taxa de desmatamento cai no geral, tem havido um aumento do percentual dentro da área desmatada do que é chamado de desmatamento por degradação progressiva, que vem principalmente das queimadas.

Em 2022, apenas 7% da área desmatada foi de degradação, mas esse percentual foi subindo progressivamente, e em 2025 chegou a 38%. Isso mostra que vem crescendo a troca do tipo de ataque à floresta, do desmatamento direto para as queimadas, que degradam o terreno.

No Cerrado, os dados mostram que há cada vez mais uma concentração do desmatamento na chamada região do Matopiba — Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia, a mais recente fronteira agrícola do país. Entre 2022 e 2023, 75% do desmatamento do Cerrado foi nesta região. Entre 2024 e 2025 já atingia 79%.

(Reportagem de Lisandra ParaguassuEdição de Maria Carolina Marcello e Pedro Fonseca)

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