SÃO PAULO (Reuters) – A estimativa de produção de soja do Brasil em 2024 foi revisada para baixo nesta terça-feira pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), por conta dos impactos das enchentes no Rio Grande do Sul, enquanto a receita com as exportações do complexo da oleaginosa também será menor do que o esperado por preços mais baixos.
Em uma revisão mensal, a associação de tradings e processadoras de soja reduziu a estimativa de safra de soja do Brasil para 152,5 milhões de toneladas em 2024, 1,4 milhão de toneladas abaixo da projeção de maio.
A Abiove já apontava uma projeção abaixo do inicialmente previsto, por conta da seca que afetou alguns Estados, como o Mato Grosso. Assim, a produção ficará mais distante do recorde de 160,3 milhões de toneladas de 2023.
Apesar de reduzir a projeção de safra, a Abiove manteve a previsão do volume exportado de soja em grão do Brasil, o maior exportador e produtor global da oleaginosa, em 97,8 milhões de toneladas em 2024, ante recorde de 101,87 milhões no ano passado.
Para isso, a Abiove cortou a projeção de estoques finais para 4,1 milhões de toneladas, ante 5,3 milhões previstos em maio. Além disso, elevou a estimativa de importação de soja pelo país neste ano a 800 mil toneladas.
A Abiove não alterou outros números de oferta e demanda do complexo soja, mas reduziu o total da receita prevista com exportações do grão e derivados (óleo e farelo) para 54,13 bilhões de dólares, ante 56,57 bilhões de dólares na previsão de maio, com recuo nos preços.
Na temporada anterior, o complexo soja teve um recorde de 67,3 bilhões de dólares.
As exportações do grão deverão responder por 44 bilhões de dólares em 2024, ante 53,2 bilhões no ano passado, segundo a Abiove.
(Por Roberto Samora)