thomson reuters

BLOG | REVISTA DOS TRIBUNAIS

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Abin monitorou ilegalmente 30 mil pessoas contrárias ao governo anterior, diz diretor-geral da PF

Abin monitorou ilegalmente 30 mil pessoas contrárias ao governo anterior

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) – A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorou ilegalmente 30 mil pessoas que seriam contrárias ao governo durante a gestão do então presidente Jair Bolsonaro, disse o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, em entrevista à GloboNews nesta quinta-feira.

Segundo Rodrigues, as investigações realizadas pela PF sobre o caso descobriram que dados monitorados estavam armazenados em Israel em uma nuvem — forma remota de armazenamento de dados.

“A investigação tem apurado que de fato houve o monitoramento de muitas pessoas — estima-se em 30 mil pessoas — clandestinamente, ou seja, de maneira ilegal”, afirmou.

“Fizemos já prisões, buscas e apreensões e há análise de todo esse material sendo feito, inclusive, recuperamos dados de nuvem, e aqui veja a gravidade, esses dados de monitoramento dos cidadãos brasileiros estavam sendo armazenados em nuvens em Israel, porque a empresa responsável por essa ferramenta ela é israelense”, reforçou.

O diretor-geral disse que a situação é inaceitável e que se espera, com a investigação, apontar os responsáveis pelos monitoramentos para responderem perante a Justiça.

Rodrigues se refere à operação deflagrada em outubro passado pela PF que apura um suposto uso ilegal de um software de geolocalização pela Abin durante o governo Bolsonaro, em que culminou com a prisão preventiva de dois servidores e 25 ações de busca e apreensão.

Na ocasião, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, foram afastados dos seus cargos cinco servidores da agência.

O diretor-geral da PF considerou que o uso indevido dessa ferramenta de monitoramento de pessoas é de “extrema gravidade”.

“Estamos aqui falando de fragilidade do sistema de comunicação do país a partir do uso ilegal de uma ferramenta que, em nenhuma hipótese, poderia estar sendo usado por uma agência que não tem atribuição legal”, afirmou.

“Monitoramento de comunicações ou de telefone só pode ser feito em investigação criminal e autorizada pela autoridade judiciária, o que não foi o caso”, acrescentou.

Procurada pela Reuters, a Abin não respondeu de imediato a pedido de comentário.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais lidas

Post Relacionado

Imagem de uma mão escrevendo em documentos em um ambiente formal, mostrando um copo de água e uma lâmpada de mesa. O cenário reflete um escritório e a formalidade de um ambiente de trabalho sobre recuperação judicial.

A intervenção do Ministério Público na recuperação judicial

Diferente da falência, processo em que a personalidade jurídica da sociedade empresária conclui suas atividades de forma definitiva, a recuperação judicial (RJ) consiste em uma tentativa de acordo entre a devedora e seus credores, com o auxílio e a fiscalização do Poder Judiciário, cujo intuito é dar continuidade à prática

Viatura militar da ONU em operação em uma estrada rural, simbolizando a presença de paz e segurança internacional em áreas de conflito.

Governo Trump propõe eliminar financiamento de manutenção da paz da ONU

Por Jonathan Landay e Humeyra Pamuk WASHINGTON (Reuters) – O escritório de orçamento da Casa Branca propôs o fim do financiamento para missões de manutenção da paz das Nações Unidas, citando os fracassos das operações em Mali, Líbano e República Democrática do Congo, mostraram documentos internos de planejamento vistos pela

Sede da Organização Mundial da Saúde com bandeiras de diferentes países ao fundo, representando a atuação global em saúde pública.

Membros da OMS chegam a acordo sobre como mundo enfrentará futuras pandemias

Por Olivia Le Poidevin GENEBRA (Reuters) – Os membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) chegaram a um acordo histórico nesta quarta-feira sobre como aprender com a Covid-19, que matou milhões de pessoas entre 2020 e 2022, e preparar o mundo para futuras pandemias. Os pontos de atrito no caminho

Imagem de líderes internacionais, incluindo Xi Jinping, em evento oficial. Os líderes estão em trajes formais numa cerimônia importante.

Presidente da China pede que ONU e sistemas multilaterais sejam mantidos

KUALA LUMPUR (Reuters) – O presidente da China, Xi Jinping, pediu apoio ao sistema internacional centrado na Organização das Nações Unidas (ONU), no comércio e no Estado de Direito durante uma viagem pelo Sudeste Asiático em meio a uma forte deterioração nas relações entre a China e os Estados Unidos.

REVISTA DOS TRIBUNAIS
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.