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Como realizar uma investigação corporativa de forma adequada e ética

Como realizar uma investigação corporativa de forma adequada e ética

investigação corporativa

A investigação corporativa é uma prática legítima e incentivada no Brasil, mas para que as apurações realizadas por particulares sejam eficazes do ponto de vista processual penal, é fundamental que elas respeitem os limites legais de obtenção de provas. Neste artigo, exploraremos as diretrizes e melhores práticas para conduzir uma investigação corporativa de forma adequada e ética, garantindo a validade das provas obtidas.

Para conduzir com êxito uma investigação corporativa, é crucial ter uma compreensão aprofundada da matéria em questão e de suas características fundamentais. Isso inclui não apenas o conhecimento da legislação relevante, mas também a compreensão dos princípios éticos que devem orientar o processo investigativo.

Um dos aspectos mais críticos das investigações corporativas é a questão do sigilo. As informações sensíveis e confidenciais muitas vezes estão envolvidas, e é essencial aderir a protocolos estritos para preservar essas informações. A quebra de sigilo pode não apenas comprometer a investigação, mas também levar a consequências legais graves.

É importante categorizar as medidas invasivas que podem ser usadas durante o processo investigativo. Estas medidas podem ser divididas em três grupos distintos:

  1.  Medidas invasivas permitidas: São aquelas que a legislação permite de forma clara e direta. Exemplos incluem a obtenção de registros públicos e entrevistas voluntárias.
  1. Medidas invasivas permitidas condicionadas: Estas medidas podem ser usadas, mas com condições e restrições específicas. Por exemplo, a obtenção de informações de terceiros pode ser permitida, desde que o consentimento seja obtido ou que haja uma ordem judicial.
  1. Medidas invasivas vedadas: Existem medidas que são absolutamente proibidas pela lei e que não podem ser utilizadas em uma investigação corporativa. Estas geralmente envolvem invasões de privacidade graves ou a obtenção de informações de forma ilegal.


Além da categorização das medidas invasivas, é fundamental respeitar os limites legais em todas as etapas da investigação. Isso inclui obter autorizações judiciais quando necessário, garantir que a obtenção de provas seja feita de acordo com os procedimentos estabelecidos pela lei e respeitar os direitos individuais das pessoas envolvidas.

O respeito aos limites legais também é essencial para garantir que as provas obtidas durante a investigação particular tenham condições de ser utilizadas em um processo penal, caso necessário. Qualquer evidência que seja obtida de forma ilegal ou que viole os direitos individuais pode ser considerada inválida em um tribunal, prejudicando seriamente o caso.

Em síntese, a investigação corporativa, embora seja uma ferramenta valiosa, deve ser conduzida com absoluta observância dos limites legais e dos princípios éticos. A compreensão das nuances legais, a classificação das medidas invasivas e o respeito ao sigilo e à privacidade são elementos essenciais para que a investigação atinja seus objetivos de maneira ética, eficaz e admissível dentro do contexto legal.

Para aprofundar seu conhecimento sobre investigação corporativa, recomendamos a obra “Investigação interna corporativa: reflexos no processo penal“, elaborada pelo Dr. Daniel Zaclis – Advogado criminalista, que possui titulação de Mestre e Doutor em Processo Penal pela Universidade de São Paulo. Esta obra pode oferecer insights valiosos sobre as complexidades desse campo e como navegar por ele de maneira legal e ética.

Uma investigação corporativa bem-sucedida exige não apenas habilidades técnicas, mas também um compromisso firme com a ética e o respeito à lei. Ao seguir as diretrizes e melhores práticas delineadas neste artigo, é possível conduzir uma investigação eficaz que seja válida do ponto de vista legal e moral.

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