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Dólar sobe mais de 1% após China retaliar novamente tarifas dos EUA

Notas de cem dólares americanos empilhadas, com a imagem de Benjamin Franklin visível, representando riqueza e economia.

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar à vista subia mais de 1% ante o real nesta quarta-feira, à medida que os investidores reagiam a mais uma escalada das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, após Pequim anunciar nova retaliação contra as tarifas recíprocas do presidente Donald Trump, que entraram em vigor mais cedo.

Às 10h03, o dólar à vista subia 1,39%, a R$6,0820 na venda.

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 1,26%, a R$6,113 na venda.

Na terça-feira, o dólar à vista fechou em alta de 1,49%, a R$5,9985, maior valor de fechamento desde 21 de janeiro deste ano.

Nesta sessão, o foco já estaria naturalmente em torno da política comercial dos EUA, uma vez que as tarifas recíprocas anunciadas por Trump na semana passada entraram em vigor nesta madrugada, mantendo os mercados globais receosos quanto aos efeitos econômicos das medidas adotadas.

Analistas temem que as taxas comerciais dos EUA possam levar a uma guerra comercial global, com a possibilidade de uma aceleração da inflação e uma recessão econômica em diversos países.

Mas o sentimento se deteriorou ainda mais quando a China, que está sendo atingida por uma tarifa de 104% a partir desta quarta, anunciou uma taxa de 84% sobre as importações norte-americanas, acima da tarifa de 34% prometida anteriormente e escalando as tensões com os EUA.

A resposta chinesa veio na esteira da retaliação norte-americana à contramedida anunciada por Pequim. Inicialmente, a tarifa dos EUA sobre os produtos da China seria de 54%, mas Trump a elevou para 104% após o anúncio da sobretaxa de 34% pelo governo chinês.

“Hoje temos continuidade da aversão ao risco, muito por conta não só da efetivação das tarifas dos EUA, mas da retaliação da China. O temor de recessão se espalha e nossa economia seria muito afetada”, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

Com isso, investidores fugiam de ativos de risco, como é o caso de moedas de países emergentes, com o dólar avançando sobre o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno.

Ainda que as relações comerciais entre China e EUA estejam se deteriorando cada vez mais, outros países se mostravam mais dispostos a negociar com o governo Trump.

No início da semana, o Japão e a União Europeia apontaram que estariam priorizando as negociações sobre as tarifas no lugar de implementar retaliações imediatamente. Segundo Trump, o governo japonês já indicou o envio de uma equipe de negociação.

Mas os avanços em outros locais era insuficiente para algum alívio nos mercados globais em meio às tensões entre EUA e China.

“São as duas maiores economias globais, e que até pouco tempo atrás eram bastante integradas em suas cadeias produtivas. Então, é difícil subestimar o potencial de mudança e de problemas, de dificuldades econômicas que uma mudança desse calibre possa trazer para a economia global”, disse Leonel Oliveira Mattos, analista de inteligência de mercado da Stonex.

Mais tarde, às 15h, investidores analisarão a ata da reunião de março do Federal Reserve, em busca de indícios da visão das autoridades sobre a política comercial dos EUA, mesmo que o anúncio de Trump sobre as tarifas recíprocas tenha acontecido somente em 2 de abril.

Na cena doméstica, a agenda era marcada por dados econômicos. O IBGE informou mais cedo que os preços ao produtor no Brasil encerraram 12 meses de alta e passaram a cair em fevereiro, registrando baixa de 0,12% em relação ao mês anterior.

O órgão também relatou que as vendas no varejo brasileiro avançaram 0,5% em fevereiro na comparação com o mês anterior e subiram 1,5% sobre um ano antes.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,79%, a 101,960.

(Edição de Pedro Fonseca e Eduardo Simões)

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