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Taxas futuras de juros caem após dados dos EUA pesarem sobre rendimentos de títulos dos EUA

Taxas futuras de juros caem após dados dos EUA pesarem sobre rendimentos de títulos dos EUA

Taxas futuras de juros caem após dados dos EUA pesarem sobre rendimentos de títulos dos EUA

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) – Após o avanço firme da véspera, as taxas dos DIs fecharam a quinta-feira em leve baixa no Brasil, acompanhando o recuo dos rendimentos dos títulos norte-americanos após a divulgação de dados fracos do varejo e da indústria dos EUA, em meio à leitura de que o Federal Reserve pode não levar tanto tempo para cortar juros.

Com a agenda esvaziada no Brasil, novamente os investidores se voltaram para o exterior e, em especial, para o mercado norte-americano de títulos.

Pela manhã, o Departamento do Comércio informou que as vendas no varejo dos EUA caíram 0,8% em janeiro, um resultado pior que a queda de 0,1% esperada pelos economistas. Os dados de dezembro foram revisados para baixo, mostrando aumento de 0,4% das vendas, e não de 0,6% como informado antes.

Já a produção industrial norte-americana caiu 0,1% em janeiro ante dezembro, resultado também pior que a alta de 0,3% esperada pelos economistas.

Os números negativos do varejo e da indústria acabaram deixando em segundo plano os dados favoráveis dos pedidos iniciais de auxílio-desemprego, que caíram 8 mil, para 212 mil, na semana encerrada em 10 de fevereiro, considerando os ajustes sazonais.

Na prática, a percepção dos dados do dia foi mais negativa do que positiva, o que colocou os yields dos Treasuries em baixa. A leitura era de que, com a economia desacelerando, o Fed pode ter espaço para cortar juros em maio — e não necessariamente apenas em junho, como vem sendo precificado.

“Isso (queda das vendas do varejo e da produção industrial) faz contraponto àquela informação de inflação mais alta que a gente havia visto no CPI”, pontuou o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, em referência à divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA, na terça-feira, que revelou uma inflação acima do esperado.

“Hoje a (taxa do) Treasury de dez anos volta aos 4,20%, depois dessas indicações de que a economia norte-americana desacelerou em janeiro, com esses dois dados (varejo e indústria). Isso obviamente aliviou toda a curva de juros, e aliviou no Brasil também”, acrescentou Gala, em comentário enviado a clientes.

Neste cenário, o Ibovespa sustentou ganhos durante o dia, em sintonia com a alta do S&P 500 em Nova York, o dólar perdeu força ante diversas divisas e as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) caíram.

Às 10h31, logo após a divulgação dos dados de varejo nos EUA, a taxa do DI para janeiro de 2027 chegou a cair 8 pontos-base, atingindo o menor nível da sessão (9,915%). Durante a tarde, porém, a curva a termo brasileiro demonstrou maior acomodação.

No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10%, ante 10,025% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 9,79%, ante 9,82% do ajuste anterior.

Já a taxa para janeiro de 2027 estava em 9,97%, ante 9,996%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,24%, ante 10,262%. O contrato para janeiro de 2031 marcava 10,66%, ante 10,68%.

A curva a termo brasileira precificava 89% de chances de o corte da taxa básica Selic em março ser de 0,50 ponto percentual, como vem sinalizando o Banco Central. Atualmente a Selic está em 11,25% ao ano.

Pela manhã, o relatório Focus divulgado pelo BC mostrou que a mediana das projeções do mercado aponta para uma Selic em 9,00% no fim de 2024 e em 8,50% no encerramento de 2025. A inflação projetada é de 3,82% para este ano e de 3,51% para o próximo.

Às 16:36 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos –referência global para decisões de investimento– caía 2,90 pontos-base, a 4,2378%.

 

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