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Taxas de juros longas caem em meio a otimismo com tramitação do pacote fiscal

Taxas de juros longas caem em meio a otimismo com tramitação do pacote fiscal

Por Fernando Cardoso e Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) – As taxas dos DIs de longo prazo recuaram nesta quinta-feira, com o mercado demonstrando otimismo em relação à tramitação do pacote fiscal do governo no Congresso, enquanto na ponta curta as taxas subiam, ainda refletindo a expectativa de maior aperto monetário por parte do Banco Central.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 — que reflete as apostas para a Selic no curtíssimo prazo — estava em 11,772%, ante 11,762% do ajuste anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2026 marcava 14,185%, em alta de 7 pontos-base ante o ajuste de 14,111%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,91%, ante 13,932% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,73%, em baixa de 5 pontos-base ante 13,779%.

Investidores reagiam positivamente nesta quinta-feira à notícia da véspera de que a Câmara dos Deputados aprovou o regime de urgência para duas propostas que integram o pacote de contenção de gastos do governo, o que elimina a exigência de determinados prazos e acelera a tramitação.

A notícia gerava maior otimismo entre os investidores, derrubando as taxas futuras de contratos de prazos longos. Em sessões recentes, essas taxas subiram de forma acentuada depois que o mercado recebeu mal o anúncio pelo governo do pacote, que veio acompanhado de um projeto de reforma do Imposto de Renda.

“Desde a semana passada, as taxas longas subiram muito, então está tendo uma corrigida. Vimos certa urgência na Câmara dos Deputados para votar o pacote. Então, embora o pacote não tenha sido bom, demonstra credibilidade para tocar as medidas”, disse Vitor Oliveira, sócio da One Investimentos.

O analista Matheus Spiess, da Empiricus Research, avaliou que a redução de prêmios nesta quinta-feira buscava eliminar eventuais excessos das sessões mais recentes, tendo o fiscal como foco.

“Existe aqui um caminho no qual por mais que o governo tenha fracassado na apresentação do pacote de corte de gastos, o Congresso possa tentar minimizar os danos”, comentou. “Mas nada que resolva 100% do problema. Ainda assim um processo de contenção de danos passa por uma redução dos riscos”, acrescentou.

As taxas de curto prazo, por outro lado, mostravam leves ganhos, uma vez que agentes financeiros têm projetado que o Banco Central pode acelerar ainda mais o ritmo de seu aperto monetário quando se reunir para seu último encontro de política monetária do ano, na próxima semana.

A mudança nas previsões do mercado ocorre na esteira de dados recentes da economia brasileira que têm mostrado uma atividade superaquecida e a aceleração da inflação, com o dólar rodando acima dos 6,00 reais.

“No curto prazo, está sendo precificado ainda um aumento maior na taxa de juros, com alta de 100 pontos-base entrando na discussão”, completou Oliveira.

Perto do fechamento, a curva brasileira precificava 36% de probabilidade de alta de 100 pontos-base da taxa básica Selic este mês, contra 64% de chance de elevação de 75 pontos-base. Na véspera os percentuais eram de 44% e 56%, respectivamente. Atualmente a Selic está em 11,25% ao ano.

No exterior, às 16h39, o rendimento do Treasury de dez anos —referência global para decisões de investimento— estava estável, aos 4,178%.

 

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