SÃO PAULO (Reuters) – A safra de soja do Brasil 2025;/26 está estimada em recorde de 178 milhões de toneladas, apesar de alguma irregularidade climática que atrasou o plantio no país, avaliou nesta quinta-feira o analista do Itaú BBA Francisco Queiroz, durante um evento online.
A projeção se compara com uma safra 2025/26 estimada em 175 milhões de toneladas pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), que por sua vez prevê cerca de 171,5 milhões de toneladas para 2024/25.
Segundo Queiroz, a área plantada com soja deverá crescer cerca de 1 milhão de hectares ante o ciclo anterior, mesmo diante de margens mais baixas para os produtores, garantindo um avanço na produção.
De acordo com o analista, com o pico da La Niña atingido entre novembro e dezembro, houve uma irregularidade climática que gerou alguns problemas na fase de plantio.
“Mas temos mapas (meteorológicos) positivos para as próximas semanas para a região central do Brasil”, disse ele, indicando um ponto favorável para as produtividades na principal região produtora do país.
Com expectativa de níveis elevados de produção de soja sustentados pelas safras de Brasil, Estados Unidos e Argentina, a margem agrícola do produtor brasileiro da oleaginosa deverá cair para 33%, versus 45% no ciclo passado.
O custo agrícola deve avançar para R$4.223 por hectare em 2025/26, ante R$3.918/ha no ciclo passado, enquanto o preço da saca de soja deve cair para R$106, ante R$109.
MILHO
Na avaliação de Queiroz, o atraso do plantio da soja no Brasil deve trazer algum impacto negativo para a segunda safra de milho em Estados do Centro-Oeste.
Ainda assim, a equipe de Consultoria Agro do Itaú BBA tem uma visão de que a safra total de milho do Brasil ficará em torno de 138 milhões a 139 milhões de toneladas, acima do número do USDA, de 131 milhões de toneladas.
O Brasil produziu 136 milhões de toneladas em 2024/25, segundo o USDA.
(Por Roberto Samora)




