Por Francois Murphy e Jonathan Landay
VIENA/WASHINGTON (Reuters) – O enviado da Rússia à Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBTO) disse nesta sexta-feira que Moscou vai revogar a ratificação do pacto, uma medida que Washington denunciou como uma ameaça à “norma global” contra testes de explosões nucleares.
O anúncio de Mikhail Ulyanov adicionou novo combustível às tensões entre Rússia e EUA, maiores pontências nucleares do mundo, sobre a invasão da Ucrânia por Moscou.
Ulyanov, enviado de Moscou à CTBTO, disse no X, a plataforma de rede social anteriormente conhecida como Twitter, que “a #Rússia planeja revogar a ratificação (que aconteceu no ano 2000) do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares”.
“O objetivo é estar em pé de igualdade com os #EUA que assinaram o tratado, mas não o ratificaram. A revogação não significa a intenção de retomar os testes nucleares”, disse ele.
O CTBT foi assinado por 187 países e ratificado por 178, mas não pode entrar em vigor até que oito países resistentes o tenham assinado e ratificado. China, Egito, Irã e Israel assinaram, mas não ratificaram. Coreia do Norte, Índia e Paquistão não assinaram.
Embora os EUA tenham assinado, mas não ratificado o tratado, o país tem observado uma moratória sobre explosões de testes de armas nucleares desde 1992 e diz não ter planos de abandonar.
“Estamos perturbados com os comentários do embaixador Ulyanov em Viena hoje”, disse um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA em comunicado. “Uma medida como esta por parte de qualquer Estado põe em perigo desnecessariamente a norma global contra testes de explosivos nucleares.”
(Reportagem de François Murphy)