Por Joseph Ax
(Reuters) – A Reuters ganhou dois prêmios Pulitzer nesta segunda-feira, um na categoria de fotojornalismo de notícias de última hora por chocantes imagens do conflito em Gaza, e outro em reportagem nacional por série investigativa sobre o império industrial de Elon Musk.
A ProPublica ganhou o cobiçado prêmio de serviço público por reportagens que detalhavam presentes e viagens não revelados que juízes da Suprema Corte dos EUA, especialmente Clarence Thomas, aceitaram de doadores ricos. O New York Times e o Washington Post ganharam três prêmios cada.
Concedidos pela primeira vez em 1917, os prêmios Pulitzer anuais estão entre os de maior prestígio no jornalismo dos EUA.
Os fotógrafos da Reuters — que muitas vezes trabalham sob grande risco para sua segurança pessoal — produziram milhares de imagens que documentam a investida israelense contra o Hamas em Gaza, iniciada com o ataque do grupo militante na madrugada de 7 de outubro que matou 1.200 pessoas em Israel.
Desde então, a ofensiva de retaliação de Israel na Faixa de Gaza matou mais de 34.000 pessoas, incluindo muitas crianças, e deslocou a maioria de seus 2,3 milhões de habitantes. Quase metade da população sofre níveis catastróficos de fome, segundo o Programa Mundial de Alimentos.
As fotos vencedoras incluem uma imagem tirada em outubro pelo fotógrafo da Reuters Mohammed Salem que mostra uma mulher palestina embalando o corpo de sua sobrinha de 5 anos em Gaza. A mesma fotografia ganhou anteriormente o prestigiado prêmio World Press Photo of the Year de 2024.
A série da Reuters sobre Musk, “O Complexo Industrial de Musk”, revelou uma série de lesões em trabalhadores e uma morte na empresa de foguetes de Musk, a SpaceX, além de maus-tratos a animais em sua empresa de implantes cerebrais, a Neuralink.
Além disso, a Reuters descobriu que a pioneira de carros elétricos Tesla encobriu defeitos perigosos, manipulou estimativas de autonomia de seus carros e compartilhou imagens confidenciais registradas pelos seus veículos sem o conhecimento dos motoristas. A série motivou a abertura de investigações nos EUA e na Europa e uma cobrança de medidas por parte de parlamentares norte-americanos.
A Reuters dividiu o prêmio de reportagem nacional com o Washington Post, que ganhou por cobertura sobre o rifle AR-15 e seu papel na violência armada nos EUA.
“Esses reconhecimentos do Pulitzer mostram alguns dos maiores pontos fortes da Reuters — cobertura urgente, especializada e in loco de eventos mundiais históricos à medida que eles se desenrolam, e jornalismo de negócios obstinado, revelador e definidor de agenda que atende ao nosso público global e ao interesse público”, disse a editora-chefe da Reuters, Alessandra Galloni.
Além de Salem, a equipe vencedora incluiu os fotógrafos da equipe Ahmed Zakot, Amir Cohen, Ammar Awad, Evelyn Hockstein, Anas al-Shareef, Ibraheem Abu Mustafa, Mohammed Salem, Ronen Zvulun, e o jornalista freelancer Yasser Qudih.
A equipe da série Musk foi composta por Marisa Taylor, Steve Stecklow, Norihiko Shirouzu, Hyunjoo Jin, Rachael Levy, Kevin Krolicki, Marie Mannes, Waylon Cunningham e Koh Gui Qing.
O Times ganhou o prêmio de reportagem internacional por sua cobertura do conflito Israel-Gaza, enquanto Hannah Dreier, do jornal, recebeu o prêmio de reportagem investigativa por expor o uso de trabalho infantil migrante nos EUA.
A Associated Press ganhou o prêmio de fotografia de destaque por sua cobertura de migrantes que caminham da América Latina para os EUA.
Os prêmios são administrados pela Universidade de Columbia. Seu nome é uma homenagem ao editor de jornais Joseph Pulitzer, que ao morrer, em 1911, deixou dinheiro para criar a premiação e estabelecer uma escola de jornalismo na universidade.
(Reportagem de Joseph Ax e Eric Beech; reportagem adicional de Rich McKay)