Por Sofia Menchu
CIDADE DE GUATEMALA (Reuters) – Dezenas de milhares de guatemaltecos marcharam pacificamente nesta quinta-feira pelo quarto dia consecutivo, exigindo a renúncia de poderosos procuradores acusados de trabalhar para minar a capacidade do presidente eleito Bernardo Arevalo de assumir o cargo.
Arevalo, de centro-esquerda, foi eleito com uma vitória esmagadora em agosto, mas, desde então, a Procuradora-Geral Consuelo Porras intensificou os esforços para banir seu partido anti-corrupção, o Movimento Semilla, e ordenou operações de busca nos escritórios da autoridade eleitoral do país, apreendendo cédulas de votos.
“Vamos paralisar o país indefinidamente. Exigimos a renúncia da promotora Consuelo Porras”, disse o manifestante Luis Pacheco, chefe da 48 Cantones, uma grande organização indígena.
Pacheco falou do lado de fora dos escritórios de Porras, na Cidade da Guatemala, onde outros grupos estão acampados desde segunda-feira, agitando bandeiras guatemaltecas e hasteando cartazes exigindo o fim da corrupção.
Outra placa dizia: “Saiam, conspiradores golpistas”.
A Procuradoria defendeu o que descreve como ações legais para investigar o Movimento Semilla sobre supostos problemas de registros e a necessidade de obter provas através de operações de busca e apreensão.
Arevalo, um parlamentar antes pouco conhecido que fez sucesso com sua promessa de campanha de combater a corrupção, trava uma dura batalha pós-eleitoral com inimigos entrincheirados, antes da cerimônia de posse, agendada para janeiro.
Depois que o candidato garantiu um apoio inesperadamente forte na votação do primeiro turno em junho, Porras pediu a um juiz a invalidação do Semilla, alegando falhas no registro do partido de seis anos.