Por Andrew MacAskill
LONDRES (Reuters) – O primeiro-ministro Rishi Sunak supostamente teria dito que o governo deveria “apenas deixar as pessoas morrerem” durante a pandemia de Covid-19, em vez de impor um segundo bloqueio nacional, apontam anotações que integram investigação sobre como o Reino Unido lidou com a crise.
Patrick Vallance, que foi o principal conselheiro científico do governo durante a Covid, fez uma anotação em sua agenda em 25 de outubro de 2020 sobre uma reunião envolvendo o então primeiro-ministro Boris Johnson e Sunak, então ministro das finanças.
A anotação na agenda apresentada no inquérito registrou como Dominic Cummings, conselheiro mais sênior de Johnson durante a pandemia, transmitiu a Vallance o que disse ter ouvido na reunião.
Vallance citou Cummings na agenda dizendo: “Rishi acha que basta deixar as pessoas morrerem e tudo bem. Tudo isso parece uma completa falta de liderança.”
Um porta-voz de Sunak disse que o primeiro-ministro exporia sua posição ao fornecer provas para o inquérito, “em vez de responder a cada uma delas aos poucos”.
O inquérito investiga a resposta do governo à pandemia do coronavírus que fechou grandes setores da economia e matou mais de 220 mil pessoas na Grã-Bretanha e está previsto para durar até o verão de 2026.
Altos funcionários do governo disseram repetidamente que o governo não estava preparado para a pandemia e que uma cultura “tóxica” e “machista” dificultava a resposta à crise sanitária.
O perigo para Sunak é que as provas do inquérito minem a sua tentativa de se apresentar como diferente da liderança caótica de Johnson, apesar de ter sido um dos ministros mais graduados daquele governo.
Evidências anteriores mostraram que ele foi rotulado de “Doutor Morte” por um consultor científico do governo devido à sua política “Comer fora para ajudar” no verão de 2020, que subsidiava refeições em pubs e restaurantes, mas foi criticada por especialistas em saúde por espalhar o vírus.
(Reportagem de Andrew MacAskill)