(Reuters) – O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse nesta terça-feira que o maior desafio para o avanço do projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$5.000 será encontrar uma “compensação justa” a fim de não prejudicar o país.
Falando no evento Lide Brazil Investment Forum 2025, em Nova York, Motta apontou que a discussão sobre a reforma do IR deve se estender por todo o primeiro semestre, projetando que a pauta poderá ser analisada pelos parlamentares no início do semestre seguinte.
“Nosso maior desafio é encontrar uma compensação justa para que não tenhamos nenhuma medida sendo tomada que venha a prejudicar o crescimento econômico do nosso país”, disse Motta.
O presidente da Câmara já havia dito em abril que a reforma, apresentada pela primeira vez pelo governo em novembro do ano passado, não deveria ser votada na Casa antes do segundo semestre, acrescentando que era “fora da realidade” achar que o Congresso não fará alterações no projeto.
A equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, propôs que a isenção do IR para quem ganha até R$5 mil seja compensada por meio de uma alíquota mínima de 10% sobre a renda das pessoas que ganham acima de R$50 mil mensais.
No evento desta terça, Motta também expressou o desejo de avançar em pautas que fortaleçam a responsabilidade fiscal do país a fim de criar um ambiente que permite a redução da taxa de juros, que classificou como “danosa ao desenvolvimento”.
Ele mencionou, em particular, a necessidade de discutir a eficiência da máquina pública, que “precisa se atualizar”, e a alta carga de isenções fiscais, que “está muito pesada”.
“Parlamento está pronto para fazer esse debate… penso que essa seria uma agenda muito positiva para o Brasil”, disse.
O presidente da Câmara ainda afirmou que, em meio à instabilidade externa gerada pela política tarifária dos Estados Unidos, o Brasil precisa de pacificação política para que possa avançar em pautas prioritárias que tragam avanços do ponto de vista econômico.
(Por Fernando Cardoso, em São Paulo)