Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, com o avanço de papéis de bancos, principalmente Itaú Unibanco e Bradesco, que reportam balanços nesta semana, ajudando a blindar o pregão brasileiro de novo aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano.
O noticiário corporativo doméstico também ocupou os holofotes, com Arezzo e Grupo Soma anunciando “associação” dos negócios, enquanto a temporada de balanços trouxe os números do BTG Pactual e da BB Seguridade antes da abertura.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,32%, a 127.593,49 pontos. Na máxima do dia, chegou a 127.834,29 pontos. Na mínima, a 126.443,28 pontos. O volume financeiro no pregão somou bilhões de reais.
Nos Estados Unidos, o retorno do Treasury de 10 anos marcava 4,1656% no final do dia, de 4,031% na sexta-feira, após novas declarações do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, veiculadas no domingo, esfriando apostas de cortes de juros no curto prazo.
Ao programa de notícias “60 Minutes”, da CBS, Powell disse que o Fed pode ser “prudente” ao decidir quando reduzir sua taxa básica de juros, já que uma economia forte permite que as autoridades do banco central dos Estados Unidos tenham tempo para criar confiança de que a inflação continuará caindo.
Em Wall Street, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, encerrou com variação negativa de 0,32%.
De acordo com o CEO da Box Asset Management, Fabrício Gonçalvez, enquanto Powell voltou a minar as esperanças de juros mais baixos em março, dados do setor de serviço nos EUA acima do esperado também corroboraram a visão de que a queda da taxa, atualmente entre 5,25% e 5,50%, não é para já.
De acordo com o Instituto de Gestão do Fornecimento (ISM, na sigla em inglês), o PMI não manufatureiro subiu de 50,5 em dezembro a 53,4 no mês passado, enquanto economistas consultados pela Reuters projetavam que o índice subiria para 52,0. O setor de serviços responde por mais de dois terços da economia.
“Com uma economia aquecida, o Fed não tem estímulos para cortar os juros”, afirmou o analista Pedro Canto, da CM Capital. Ele disse que o mercado continua reprecificando as apostas em relação aos cortes de juros nos EUA, acrescentando que a redução acontecerá, mas demorará mais do que o mercado esperava.