BUENOS AIRES (Reuters) – Uma greve de trabalhadores da indústria de oleaginosas na Argentina deve entrar em seu sétimo dia nesta segunda-feira, uma vez que as negociações salariais com as empresas continuam paralisadas, afetando os embarques de um dos maiores exportadores de grãos do mundo.
“Continuaremos com a greve”, disse Martin Morales, secretário do Sindicato dos Trabalhadores e Empregados de Sementes Oleaginosas do Departamento de San Lorenzo (SOEA), à Reuters no domingo. “Amanhã avaliaremos novamente (se continuaremos ou não).”
Dois sindicatos industriais deram início à greve na última terça-feira, com os trabalhadores exigindo que os salários ficassem acima da alta inflação.
Morales disse que as empresas afetadas ainda não entraram em contato com os sindicatos para negociar.
A greve afetou principalmente os terminais localizados ao norte de Rosário, ao longo do rio Paraná, onde são embarcados mais de 80% das exportações agrícolas e agroindustriais da Argentina.
Pelo menos três dúzias de navios ainda estavam atrasados no domingo perto de Rosário, um dos mais importantes centros de agroexportação do mundo.
Em junho, o governo argentino forçou a SOEA a suspender uma greve, convocando-a para conversas mandatórias de reconciliação, forçando o sindicato e as empresas a voltarem à mesa de negociações.
A Argentina é um grande produtor de grãos e um dos principais exportadores de óleo e farelo de soja.
A economia do país é altamente dependente dos recursos cambiais trazidos pelas exportações de grãos, enquanto o governo trabalha para reforçar as escassas reservas do banco central.
(Reportagem de Walter Bianchi; redação de Kylie Madry)