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Governo brasileiro confirma possível conversa entre Lula e Trump na próxima semana após encontro na ONU

Imagem de uma reunião com pessoas focadas e pensativas, incluindo um homem idoso de cabelo branco e barba, usando terno escuro, em um ambiente formal.

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) -O governo brasileiro confirmou nesta terça-feira a possibilidade de uma conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na próxima semana, após um rápido encontro entre os dois durante a Assembleia-Geral da ONU, em Nova York.

A informação sobre o encontro e a possível reunião foi compartilhada por Trump em seu discurso na ONU e causou surpresa, uma vez que os dois líderes estão em desacordo há meses devido ao julgamento e condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

“Eu estava entrando e o líder do Brasil estava saindo. Eu o vi, ele me viu e nos cumprimentamos. Na verdade, combinamos de nos encontrar na próxima semana”, disse o norte-americano. “Não tivemos muito tempo para conversar, apenas uns 20 segundos. Tivemos uma boa conversa e combinamos de nos encontrar na próxima semana, se houver interesse.”

Os comentários de Trump animaram os mercados brasileiros. O real se valorizou cerca de 1% em relação ao dólar, e o índice de referência da bolsa brasileira Ibovespa subiu mais de 1%, atingindo uma máxima histórica.

De acordo com fontes ouvidas pela Reuters, os dois presidentes se cruzaram quando Lula, primeiro a discursar na Assembleia-Geral da ONU, deixou a plenária e foi até a sala reservada onde os líderes mundiais aguardam sua vez de falar. Trump, que discursaria a seguir, já estava no local e tomou a iniciativa de cumprimentar Lula.

No rápido encontro, traduzido pelo chefe de cerimonial da Presidência, Fernando Igreja, Trump disse que ambos precisavam conversar, e Lula respondeu que está sempre aberto a conversas. O norte-americano então sugeriu que ambos se reunissem na próxima semana, com o que o presidente brasileiro concordou.

“Ele parece um homem muito agradável, na verdade. Eu gostei dele. E eu só faço negócios com quem eu gosto. Se eu não gosto, eu não gosto. Mas pelo menos por cerca de 39 segundos tivemos uma excelente química. É um bom sinal”, disse Trump.

Não há ainda nenhum acerto sobre quando e como será a conversa, de acordo com fontes brasileiras.

Pouco antes de elogiar o presidente brasileiro, Trump havia criticado o Brasil em seu discurso, dizendo que o país sofria com tarifas norte-americanas pelas tentativas de interferir nos direitos e na liberdade de cidadãos norte-americanos com “censura” e “corrupção judiciária”, mas que naquele momento tinha “problemas em dizer isso” porque tinha acabado de encontrar Lula e havia gostado dele.

Já Lula, mesmo sem citar os Estados Unidos, fez críticas duras em seu discurso à política comercial norte-americana e ao que chamou de tentativas de ingerência na soberania brasileira.

“Mesmo sob ataque sem precedentes, o Brasil optou por resistir e defender sua democracia, reconquistada há quarenta anos pelo seu povo, depois de duas décadas de governos ditatoriais”, disse Lula.

“Não há justificativa para as medidas unilaterais e arbitrárias contra nossas instituições e nossa economia. A agressão contra a independência do Poder Judiciário é inaceitável”, acrescentou.

Essa foi a primeira vez que Lula e Trump se encontraram pessoalmente. Ambos estiveram no velório do papa Francisco, mas não chegaram a se cruzar. Em outra oportunidade, na reunião do G7, no Canadá, Trump foi embora antes de Lula chegar.

Em entrevista à Reuters em agosto, Lula disse que não considerava uma conversa com o norte-americano, nem por telefone, porque não iria “se humilhar” já que Trump não queria conversar.

Trump impôs uma tarifa de 50% sobre as importações norte-americanas de muitos produtos brasileiros para combater o que ele chamou de “caça às bruxas” contra Bolsonaro, que foi condenado a 27 anos de prisão por tentar um golpe para permanecer no poder após ser derrota por Lula nas eleições de 2022.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu; Edição de Pedro Fonseca)

 

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