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Moradores de Gaza buscam preservar patrimônio cultural danificado pela guerra

Ruínas de uma antiga cidade destruída com uma torre alta ao centro, indicando um cenário de devastação e destruição de patrimônio histórico.

Por Dawoud Abu Elkas e Ramadan Abed

GAZA, 3 Dez (Reuters) – Com 70.000 mortos, incontáveis feridos, centenas de milhares de pessoas desabrigadas e distritos inteiros destruídos, a tarefa de reconstrução de Gaza é quase incompreensível.

Mas em alguns locais onde os monumentos históricos mais valiosos do enclave foram severamente danificados, os trabalhadores já estão ocupados com pás, tentando escavar os poucos remanescentes do passado.

Entre eles está o local cultural mais importante de Gaza, a grande Mesquita Omari, na Cidade Velha de Gaza, que as forças israelenses atacaram durante a guerra para destruir o que, segundo eles, era um túnel sob seu terreno usado por combatentes. Os palestinos dizem que não há sinal de tal túnel no local e culpam Israel por destruir o patrimônio religioso e cultural do enclave.

“Se a ocupação (Israel) acredita que, ao destruir essas construções, pode apagar a história desse povo, ela está enganada”, disse Hamuda al-Dahdar, arquiteto e especialista em patrimônio do Centro de Preservação Cultural, com sede na cidade de Belém, na Cisjordânia, e que agora está trabalhando dentro de Gaza para tentar resgatar locais destruídos na guerra.

“Essas construções representam a memória coletiva de uma nação antiga, que deve ser preservada, e devemos nos unir em nossos esforços para protegê-la”, afirmou ele à Reuters em Gaza.

Os militares israelenses não responderam a um pedido de novos comentários sobre a destruição de locais culturais palestinos em Gaza.

 

HISTÓRIAS ETERNAS

Em um enclave onde a maioria dos residentes são refugiados de cidades e vilarejos do que hoje é Israel — e a maioria dos distritos foi construída às pressas nas últimas décadas para abrigá-los — a Mesquita Omari era o principal elo dos habitantes de Gaza com sua própria herança cultural e com o rico legado histórico arquitetônico do Oriente Médio em geral.

Também está em ruínas o Palácio de Pasha, um marco histórico que remonta parcialmente ao século 13 e que abrigava um museu cujos tesouros desapareceram.

“Quando falamos de patrimônio e cultura, não estamos falando apenas de um prédio antigo ou de pedras antigas. Cada pedra conta uma história”, disse Dahdar.

Autoridades palestinas e a Unesco estão preparando um plano de recuperação em três fases com custos iniciais de US$133 milhões para locais históricos, disse Jehad Yasin, vice-ministro assistente do Ministério do Turismo e Antiguidades da Palestina, com sede na Cisjordânia.

Em Gaza, a perda de marcos culturais ainda causa uma dor especial, mesmo entre as famílias que perderam entes queridos, casas e meios de subsistência.

Munzir Abu Assi disse que teve que consolar sua filha Kenzy depois que ela soube que a Grande Mesquita Omari havia sido danificada.

“Ela está muito triste. Quando soubemos que a mesquita havia sido atingida, ficamos surpresos, por quê?”, afirmou Abu Assi.

“E quando eles também atingiram o Palácio de Pasha, tivemos certeza de que essa ocupação (Israel) quer acabar com a identidade palestina e acabar com qualquer monumento palestino.”

 

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